Alice Tomás encara disputa como um entretenimento
Ginastas estão qualificados para os Jogos da Juventude a serem disputados em Outubro em Buenos Aires
Encarar a disputa da 14ª edição do Campeonato Africano do Cairo como diversão foi a estratégia adoptada pela ginasta da Selecção Nacional, Alice Tomás, na especialidade de rítmica em conjunto, onde conquistou três medalhas de prata.
O facto foi revelado pela atleta, ao Jornal de Angola, durante a cerimónia realizada na Galeria dos Desportos, que serviu para homenagear as selecções de ginástica rítmica, tumbling e duplo mini, nas categorias de seniores e juniores, que arrebataram 60 medalhas das 108 em disputa.
A ginasta da equipa Jackson Garcia de Benguela afirmou que, por ter participado em várias competições do género, adquiriu bagagem competitiva e foi possível manipular os aparelhos sem sobressaltos (arco, bola e corda).
“Divertimo-nos muito. Trata-se do quarto africano. Portanto, tenho alguma experiência. Durante o estágio em Malanje ensaiámos de forma intensiva a nossa participação. Por outro lado, conversamos muito com os técnicos, e assim não acusamos responsabilidade. A selecção do Egipto contou com duas atletas mundialistas, que nos criaram muitas dificuldades, a par da África do Sul de um nível semelhante ao nosso”, explicou.
Em relação aos Jogos Olímpicos da Juventude, a serem disputados na Argentina, Alice Tomás garantiu continuidade nos trabalhos com união, garra e humil- dade : “a expectativa é grande. Vamos competir com atletas do topo mundial, logo o esforço será a dobrar. Os Jogos vão exigir da nossa parte, maior concentração e uma preparação mais detalhada. Felizmente, o centro de alto rendimento tem as condições necessárias”.
Horácio Pita Grós, da especialidade de tumbling, que arrebatou três medalhas, sendo duas de prata e uma de bronze, realçou que no Africano estavam todos ao mesmo nível, mas pecaram pelo pouco contacto com os tapetes. “Os atletas dos outros países trabalham diariamente com o material usado na competição. Infelizmente, nós só tivemos acesso ao tapete no estágio. Por isso, surgiram dificuldades na adaptação”, disse.
O ginasta, que também milita no Jackson Garcia, solicitou mais apoio ao Ministério da Juventude e Desporto e perspectivou a disputa do Africano de ginástica artística. “É preciso investirem na compra de material apropriado. No campeonato de artística contem connosco. Vou dar sempre o meu máximo, tendo em vista o pódio, e mostrar que temos qualidade”, garantiu.
Por sua vez, Samba Mahula, do Sporting do Bié, também da disciplina do tumbling, ganhou uma medalha de ouro e duas de prata. Ela realçou as dificuldades para ombrear com as atletas da África do Sul, por serem bem dotadas. “Foi importante estar muito concentrada e tranquila, para fazer bem os movimentos. Tenho recebido muitas felicitações, e pretendo continuar a representar o país condignamente”, frisou.
Prémios garantidos
A titular do órgão que rege o Desporto no país, Ana Paula da Silva Neto reconheceu os feitos dos atletas, e elogiou a organização da Federação de Ginástica e do Comité Paralímpico, acrescentado que as medalhas foram conquistadas por causa do grau do comprometimento dos presidentes destas instituições.
“Juntos somos capazes. Com pouco pode fazer-se muito. Vamos trabalhar no sentido de assumir as nossas responsabilidades, em relação aos prémios a que têm direito. Aguardamos o fornecimento dos documentos, a fim de cumprirmos o que foi anunciado”.
O encontro serviu também para felicitar os atletas paralímpicos, Regina Dumbo, Manuel Jaime e Daniel Quintas que disputaram o “meeting” internacional de Marraquexe, onde conquistaram três medalhas de ouro e uma de bronze.
“Os atletas dos outros países trabalham diariamente com o material usado na prova. Infelizmente, nós só tivemos acesso ao tapete no estágio.Por isso, surgiram dificuldades”