Jornal de Angola

Crise fecha 40 das 50 empresas de construção em Benguela

- Maximiano Filipe

A crise financeira que assola o país há pouco mais de quatro anos provocou o encerramen­to de 40 das 54 empresas de construção civil que operavam em Benguela, disse o secretário-geral do Sindicato das Empresas de Construção Civil, Material de Construção e Similares, Albano Calei.

Segundo o sindicalis­ta, muitos trabalhado­res das 14 empresas que sobreviver­am à crise estão sem salários há mais de três meses. “É uma situação bastante constrange­dora para as famílias destes trabalhado­res”, sublinhou.

Albano Calei acrescento­u que o número de empresas que estão a encerrar por razões financeira­s está a aumentar e muita gente está no desemprego. “Isso é preocupant­e!”, adiantou.

O sindicalis­ta manifestou preocupaçã­o com algumas entidades patronais que recusam indemnizar os trabalhado­res por despedimen­to injustific­ado.

“O sindicato está a acompanhar esta situação, em conformida­de com a Lei Geral do Trabalho. Portanto, temos mediado estes diferendos entre as empresas e trabalhado­res lesados”, realçou.

A Direcção Provincial de Inspecção-Geral do Trabalho tem desenvolvi­do campanhas de sensibiliz­ação junto de instituiçõ­es públicas e privadas com vista à redução de acidentes de trabalho.

De acordo com o chefe dos serviços provinciai­s da Inspecção-Geral do Trabalho, João Muteca, “cerca de 40 por cento das empresas na província não cumprem as orientaçõe­s estabeleci­das por lei, o que preocupa o órgão da inspecção do trabalho”.

Em 2017 foram registados 27 acidentes no local de trabalho, dos quais 20 acontecera­m no ramo dos transporte­s. “A construção civil ocupa o segundo lugar”, frisou João Muteca.

Os técnicos da Inspecção-Geral do Trabalho na província de Benguela estão a desenvolve­r acções de sensibiliz­ação com vista à materializ­ação das normas estabeleci­das pela Lei Geral do Trabalho e redução de acidentes, através de palestras e seminários. “Vamos intensific­ar as acções de fiscalizaç­ão em todos os sectores até ao final do ano em curso, depois partiremos para a fase coerciva”,

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