1º de Agosto quer apoio para vencer Étoile du Sahel
Presença do público pode empurrar jogadores do 1º de Agosto para a conquista da vitória frente ao Étoile Sportive du Sahel
Em defesa do prestígio do futebol angolano no continente, o 1º de Agosto começa amanhã às 17h00, no Estádio Nacional 11 de Novembro, diante do Étoile Sportive du Sahel da Tunísia, a caminhada no Grupo D da 22ª edição da Liga dos Clubes Campeões, duas décadas depois de ter feito parte da estreia da competição.
Para materializar o objectivo de marcar presença nos quartos-de-final, desejo de muitos actores do desporto no país, caso de Agostinho Tramagal, técnico do 1º de Maio de Benguela, que deseja sucesso, os militares do Rio Seco precisam do apoio dos adeptos, independentemente da cor clubística.
Com cerca de um terço da população do país, estimada o ano passado em 28,3 milhões da habitantes, pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), Luanda está obrigada a representar as restantes 17 províncias no apoio ao 1º de Agosto, contrariando o habitual cenário de bancadas vazias do moderno recinto desportivo, construído para albergar, em 2010, partidas da Taça de África das Nações.
A deficitária cobertura da rede de transportes públicos tem sido apontada como a razão de fundo da fraca adesão dos adeptos ao estádio, dificuldade que pode ser contornada com o espírito e força de vontade demonstrados há oito anos, durante a grande cimeira do futebol africano.
O facto de ter ficado isolado na representação do país, depois do afastamento do Petro de Luanda, da Taça da Confederação, justifica a presença em força de adeptos de outros clubes, no apoio ao bicampeão nacional, cuja meta é amealhar pontos para a melhoria da quota de clubes nas provas continentais, limitada, há dois anos, a duas equipas.
Voltar a criar o “ambiente infernal” da Cidadela, que empurrou os militares à final da antiga Taça dos Vencedores das Taças, em 1998, é o que se recomenda, pois a presença e manifestação do público, sobretudo no período de crescimento do adversário, pode determinar o sucesso de quem joga em casa, quando a ausência dos adeptos torna ousados os forasteiros.
Aliás, é neste ambiente que o 1º de Agosto vai defrontar, na segunda volta, o Étoile du Sahel, clube com uma enorme claque. A união dos adeptos pode ajudar os jogadores da formação “rubra e negra” a contrariar a força competitiva do opositor, equipa formada por atletas de grande compleição física.
Exercer pressão
O factor casa marca a diferença neste tipo de competições, tudo pelo papel determinante dos adeptos. Logo, o embaixador angolano entrará em desvantagem se os habitantes de Luanda forem incapazes de, amanhã, preencherem pelo menos metade do Estádio Nacional 11 de Novembro, recinto com capacidade de acolher 50 mil espectadores.
A legião de amantes do futebol, que tem travado acesos debates nas redes sociais, com destaque para o facebook, é chamada a puxar pela equipa angolana, no início da campanha africana. De nada valerá ficar na comodidade do sofá, a seguir o jogo pela televisão, deixando Zoran Maki e pupilos entregues à sorte, na disputa frente a um adversário tão exigente, no plano competitivo.
Um peso pesado do “desporto rei” em África, detentor de títulos das duas principais provas, designadamente Liga dos Campeões (2007) e Taça da Confederação (2006 e 2015). Semifinalista da última edição, superado pelo Al-Ahly do Egipto, com o agregado de 4-7, fruto da vitória (2-1) e da pesada derrota (2-6), o representante tunisino soma 54 pontos, no terceiro lugar do ranking de clubes, liderado pelo Al-Ahly (91), à frente do Esperance de Tunis (58).
Mas é em campo que se mede a capacidade competitiva das equipas, por isso os dados históricos servem apenas de indicadores do percurso do colosso na competição. É com esse espírito que o 1º de Agosto deve encarar o jogo, de modo a pontuar na estreia e marcar posição na série que integra ainda o Zesco United FC (Zâmbia) e Mbabene Swallows (Suazilândia), adversários na jornada inaugural, amanhã às 14h00, em Lusaka.