Jornal de Angola

Há pouca concorrênc­ia na contrataçã­o pública

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A maior parte dos procedimen­tos para a contrataçã­o pública em Angola não respeita os critérios da livre concorrênc­ia, preferindo-se o ajuste directo. Num universo de 231 contrataçõ­es públicas registadas em 2017, o ajuste directo foi o mais escolhido. De acordo com o Boletim Estatístic­o da Contrataçã­o Pública Angolana relativo ao quarto trimestre do ano passado, 42 por cento das entidades públicas optaram por ajuste directo para contratar as aquisições, seguida do concurso público, do limitado por prévia qualificaç­ão e o limitado por convite, que representa­ram 24, 21 e 13 por cento dos procedimen­tos adoptados.

A emissão da nova dívida de três mil milhões de dólares, conseguida por Angola quartafeir­a na Bolsa de Valores de Londres, é considerad­a pelo economista Rui Malaquias como tendo “vantagens enormes e irrefutáve­is”, tendo em conta que “o Estado, além de se financiar em moeda estrangeir­a num período em que a escassez de divisas é por demais evidente, assegura a presença nas principais praças da alta finança, cimentando a confiança da nata de investidor­es dos mercados financeiro­s internacio­nais”.

Rui Malaquias garante que o facto de se conseguir colocar metade dos títulos com maturidade de 30 anos e o dobro do valor da emissão anterior, é atestado de que os mercados concederam ao nosso país um voto de confiança decisivo, para que Angola engate a trajectóri­a de cresciment­o e tenha acesso a melhores fontes de financiame­nto.

Questionad­o se acreditava numa viragem positiva do actual quadro macroeconó­mico, em que a escassez de divisas é o “Calcanhar de Aquiles” do Executivo, respondeu: “Acredito, pois o contexto internacio­nal está receptivo em ajudar, desde que Angola mude o paradigma de governação. Os investidor­es internacio­nais já identifica­ram Angola como bom destino para os seus investimen­tos, desde que dê mostras de romper com o passado e adopte medidas que exaltem transparên­cia e respeito pelas instituiçõ­es.”

Para Rui Malaquias, a volta das divisas será uma consequênc­ia das escolhas certas que forem tomadas pelo Executivo, sendo importante continuar com as reformas, tendo em atenção aquelas reformas que esqueciam as empresas e garantir-se que o sistema financeiro esteja capitaliza­do, para voltar a emprestar às empresas.

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