1º de Agosto defronta hoje Étoile du Sahel
Militares começam frente aos tunisinos do Étoile du Sahel percurso ambicioso na fase de grupos da Liga dos Campeões
As fichas estão lançadas. Chegar, no mínimo, aos quartos-de-final é o objectivo defendido em campo, a partir de hoje às 17h00, no Estádio Nacional 11 de Novembro, pelo 1º de Agosto, diante dos tunisinos do Étoile de Sahel, adversário de estreia no Grupo D da 22ª edição da Taça de África dos Clubes Campeões Africanos de futebol.
O histórico do Clube Central das Forças Armadas Angolanas (FAA) no continente mostra que não é um competidor qualquer, apesar de nunca ter erguido um troféu. Já no seu baptismo, no início da década de 1980, diante de colossos da têmpera de um Canon de Yaoundé, deixou claro que chegava à África do futebol para ser respeitado, o que até hoje acontece, independentemente do facto de ficar longos períodos afastados dos holofotes.
Diante de um opositor da primeira linha do ranking africano, pelo terceiro lugar com 54 pontos somados, apenas atrás do líder Al-Ahly do Egipto (91) e do compatriota Esperance de Tunis (58), o único embaixador angolano nas Afrotaças exibe com garbo o facto de ter feito parte, em 1997, do baptismo da prova reservada aos campeões, inspirada no modelo milionário europeu.
Para trás, o 1º de Agosto deixou os zimbabweanos do FC Platinum do Zimbabwe e o Bidvest Wits da África do Sul, depois de enfrentar uma intrincada disputa “intestinal” pela cedência de jogadores aos Palancas Negras. Implicou, inclusive, o hipotecar de parte das suas aspirações no início da defesa do título, no presente Girabola, atraso corrigido pela sequência de quatro vitórias, que representaram o assalto em força do segundo lugar, recuperação sublinhada por periódicos tunisinos, como é o caso do “Le Temps”.
Uma presença distinta na prova é, de forma assumida, a “menina dos olhos” nos objectivos traçados pela direcção dos “rubros e negros”, encabeçada por Carlos Hendrick, que ao isolar as duas primeiras jornadas, hoje e no próximo final de semana, dos compromissos do Girabola, dá um sinal claro de que a meta é ocupar o topo da classificação, durante o período de paragem de dois meses, por força da realização do Mundial na Rússia.
A materialização deste desejo de conquista passa pela adopção de uma atitude competitiva capaz de condicionar o Étoile du Sahel, adversário escolarizado no futebol moderno, que faz do contacto físico e o avanço da zona de pressão os principais ingredientes para chamar a si o triunfo.
Zoran Maki sabe que a este nível é exigido, para além da vertigem nas transições ofensivas, balanços bem afinados no reposicionamento defensivo, com acções expeditas dos seus extremos e médios, na armação da cortina de protecção da baliza à guarda de Neblu, a primeira unidade do ataque, caso solicite sem perda de tempo os colegas em melhor posição de conduzir a bola.
Olhos em Geraldo
O acompanhamento feito pelos tunisinos incidiu o foco nas incursões de Geraldo, pelos corredores laterais, sendo à partida um elemento a ser vigiado durante o desafio. O 1º de Agosto pode responder com Isaac e Natael, dois laterais com orientação ofensiva, que, na mudança do centro do jogo para a zona de construção, devem solicitar a entrada em cena do irreverente Chow e do criativo Ibukun, antes da bola chegar a Mongo, o facilitador da chegada da bola ao ataque.
Aqui começa a dor de cabeça dos militares. Saber se avançam com dupla presença na área adversária, Jacques e Fofó, ou se prescindem de um elemento para reforçar o resguardo do meio campo, sector no qual o Étoile du Sahel combina agressividade e qualidade da posse da bola. É precisamente o equilíbrio de forças nesta zona do jogo que vai determinar o seu desfecho.
Em Fevereiro, o facto de somar 25 jornadas no campeonato seria um factor a favor da equipa tunisina, porque aí o Girabola estaria a sair do defeso. Agora não. O 1º de Agosto chega fresco e com andamento competitivo suficiente para impor cuidados defensivos ao visitante.
O técnico franco-argelino Kheiredine Madhoui joga preferencialmente em 4-2-3-1 e 4-3-3. No “onze” base, aposta em Achraf Krir, Zied Boughattas, Ammar Jemal, Ghazi Abderrazzak, Wadji Kechrida, Aymen Trabelsi, Mohamed Methnani, Iheb Msakni, Hamza Lahmar, Alkhali Bangoura e Amine Chermiti.
O histórico do Clube Central das Forças Armadas Angolanas (FAA) no continente mostra que não é um competidor qualquer, apesar de nunca ter erguido um troféu