Jornal de Angola

Movicel sem condições para aumentar salários

A direcção da operadora nega a propalada falta de diálogo com o sindicato. A reivindica­ções expostas foram discutidas

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A direcção geral da Movicel Telecomuni­cações afirmou que, apesar de entender a importânci­a da concessão de reajustes e benefícios aos trabalhado­res, não pode atender agora a imposição do sindicato do aumento salarial generaliza­do na ordem dos 75 por cento.

Em comunicado, a direcção geral da Movicel explicou que essa reivindica­ção imposta pelo sindicato se for levada cabo pode colocar em risco o pagamento pontual dos salários dos trabalhado­res, gerando atrasos sucessivos no seu processame­nto, situação esta que agravaria mais o já difícil ambiente produtivo.

Em contrapart­ida, a direcção da empresa de telefonia móvel refere que foi, mais uma vez, colocada a melhoria da remuneraçã­o dos trabalhado­res através da avaliação do desempenho e progressão na carreira, mecanismo já em curso na instituiçã­o.

Na nota, surgida na sequência do anúncio da realização de uma greve por de trabalhado­res da Movicel a partir de segunda-feira, a direcção da operadora nega a propalada falta de diálogo.

A direcção geral esclarece que a Movicel, de um tempo a esta parte, atravessa um período difícil, o que resultou na decisão dos seus accionista­s, em Dezembro de 2014, de submeterem a empresa a um processo de reestrutur­ação, visando a reversão da situação, sua revitaliza­ção e o cresciment­o da sua quota de mercado.

A Direcção da Movicel, cita o documento, está consciente dos anseios dos seus trabalhado­res, e apesar das dificuldad­es e da difícil conjuntura geral da economia nacional, atendeu ao pedido formulado para que fosse feito o reajuste dos subsídios de alimentaçã­o e de transporte dos colaborado­res, o acréscimo do subsídio de óbito em 33% e a introdução da dispensa laboral por ocasião do aniversári­o.

A direcção da empresa também atendeu à exigência do sindicato para a implementa­ção de um novo classifica­dor salarial e do regime de progressão na carreira, uma vez que para Movicel a valorizaçã­o dos recursos humanos constitui um dos objectivos principais do processo de reestrutur­ação.

“É assim que na sequência da apresentaç­ão de mais um Caderno Reivindica­tivo este ano, a direcção da Movicel, impregnada de boa-fé, através dos seus representa­ntes realizou encontros nos dias 18, 19 e 20 de Abril, onde as reivindica­ções expostas no Caderno Reivindica­tivo, foram discutidas e negociadas com profundida­de dado a sua pertinênci­a com o objectivo de encontrars­e os consensos possíveis”, refere a nota.

O comunicado refere ainda que é do conhecimen­to da direcção da Movicel, que na assembleia de trabalhado­res realizada no dia 21 de Abril, que sustenta a convocação da greve, não estiveram mais de 80 colaborado­res, dos quais muitos são desconheci­dos, o que, nos termos da lei, constitui matéria bastante para pôr em causa a sustentabi­lidade da legitimida­de da Comissão Sindical para convocar a greve.

“Acontece que o sindicato utilizou listas com as assinatura­s dos trabalhado­res em outros momentos, ou seja, de forma indevida com o objectivo de fazer crer à direcção da Movicel que a maioria dos trabalhado­res sustenta a realização da greve”, explica a nota.

Apesar dos esclarecim­entos da direcção da Movicel, o sindicato de trabalhado­res da operadora anunciou que mesmo partir para a greve por tempo indetermin­ado, a partir de segunda-feira.

A direcção geral da Movicel explicou que essa reivindica­ção imposta pelo sindicato se for levada cabo pode colocar em risco o pagamento pontual dos salários dos trabalhado­res

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MIQUEIAS MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Direcção da Movicem está consciente dos anseios dos seus trabalhado­res

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