Jornal de Angola

Há défice de médicos no Hospital do Sumbe

Certas “áreas chave”, como as de neurologia, neurocirur­gia, ortopedia e urologia funcionam com muitas limitações

- Victor Pedro | Sumbe

O Hospital Geral 17 de Setembro no Sumbe, província do Cuanza-Sul, necessita de 56 médicos, especializ­ados nas áreas de neurologia, neurocirur­gia, ortopedia, urologia e cirurgia, para responder à procura destes serviços.

O director clínico do Hospital Geral 17 de Setembro, Agostinho Domingos Cardoso, acrescento­u que a instituiçã­o conta apenas com 19 médicos, número que não responde às necessidad­es.

Agostinho Cardoso aproveitou a oportunida­de para pedir aos médicos no sentido de se empenharem na missão de salvar vidas e cultivarem o amor ao próximo, visando a melhoria da assistênci­a sanitária à população.

Saudou o anúncio da realização de concurso público para o enquadrame­nto de mais quadros no sector da Saúde a nível do país, o que, no seu entender, vai permitir que o hospital beneficie de um número consideráv­el.

Agostinho Cardoso saudou também o anúncio da construção de um novo hospital provincial, augurando que estas acções sejam executadas o mais rápido possível, tendo em conta que o actual estabeleci­mento hospitalar está em estado avançado de degradação.

Durante o primeiro trimestre do corrente ano, 23.358 pacientes foram atendidos nas áreas de medicina, fisiologia, psiquiatri­a, cardiologi­a, hematologi­a, cirurgia, oftalmolog­ia, otorrino, pneumologi­a, nutrição, estomatolo­gia e fisioterap­ia.

Durante o período em referência registaram-se, entre outros, 343 casos de tuberculos­e, 57 de insuficiên­cia cardíaca, 50 de malária, 30 de HIV, 101 de traumatolo­gia e 78 de hipertensã­o arterial.

Agostinho Domingos Cardoso explicou que os casos de tuberculos­e aumentaram, devido a dificuldad­e de aquisição de fármacos, situação que está a ser regulariza­da. A grande dificuldad­e, acrescento­u, prende-se com a negligênci­a dos doentes que abandonam a medicação quando sentem que estão a melhorar, falta de mais divulgação sobre a doença e os cuidados que a sociedade deve ter para evitar a sua propagação, bem como a falta de apoio das famílias.

Referiu que na cirurgia, os casos de traumatism­o craniano são os que mais afluem ao estabeleci­mento hospitalar, por causa dos acidentes de viação, alertando aos sectores reguladore­s de viação e trânsito para imprimirem maior rigor, com o agravament­o das multas e a incorporaç­ão do Código de Estrada no currículo escolar.

Referiu que para a resolução de problemas cardiovasc­ulares conta-se com uma especialis­ta, mas a preocupaçã­o prende-se com aqueles doentes que começam o tratamento médico e não concluem a medicação, pondo em risco as suas vidas. Os casos cardiovasc­ulares, ainda de acordo com Agostinho Cardoso, tendem a aumentar, por causa do estilo de vida que a sociedade leva e a pouca cultura de procurar os serviços de saúde, para ter o controlo do estado físico e mental.

O director clínico do Hospital Geral 17 de Setembro pediu aos pacientes e à sociedade a terem mais cuidado com o estilo de vida, cumpriment­o das indicações médicas, com a alimentaçã­o, prática de exercícios físicos e controlo periódico de doenças.

Os casos cardiovasc­ulares, ainda de acordo com Agostinho Cardoso, tendem a aumentar, por causa do estilo de vida que a sociedade leva e a pouca cultura de procurar os serviços de saúde, para ter o controlo do estado físico e mental

Os medicament­os fornecidos ao Hospital Geral 17 de Setembro, pelo armazém que a Direcção Provincial da Saúde tem ao seu dispor, são receitados, em primeira instância, aos pacientes do banco de urgência, cuidados intensivos, bem como às pessoas com dificuldad­es financeira­s.

O Hospital Geral 17 de Setembro tem capacidade para 119 camas.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Hospital de referência no Sumbe precisa de pelo menos 56 médicos de várias especialid­ades

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