CARTAS DOS LEITORES
Dinheiro da madeira
Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola e, como angolano e patriota, estou muito preocupado com informações que dão de que madeira explorada no país não contribui significativamente para os cofres do Estado. Penso que foi nas páginas deste jornal que soube que, contrariamente a ideia de que o Estado “embolsou” elevadas somas com a exploração da madeira, nada do que se presume chegou a ocorrer. E curiosamente numa altura em que o país precisa de madeira, em que estrangeiros exploram industrialmente a madeira, entre outros problemas, não faz sentido que os resultados dessas explorações todas de Cabinda ao Cunene não cheguem aos cofres do Estado.
Veio em boa altura a proibição dada em tempo, que acabou por se transformar num importante travão ao ritmo como as nossas madeiras estavam a ser contrabandeada, passe a expressão. Por fim, espero que os operadores da indústria madeireira sigam as instruções legais para que haja ordem.
Angola e FMI
Há dias, um analista defendeu que Angola não precisa de fazer o que o Fundo Monetário Internacional (FMI) determinar ou propor, da mesma maneira que aquela instituição não deva esperar que o nosso determine o que ela deve fazer ou deixar de fazer por nós. A situação menos boa por que passamos deve ter como receita não necessariamente uma terapia de choque, exactamente nos moldes das receitas que a instituição de Bretton Woods prescreve, mas de soluções que correspondam à realidade interna de Angola.
Muitas vezes, as instituições financeiras internacionais apenas receitam o que, em termos económicos e financeiros, os países devem fazer tendo como base o famigerado Consenso de Washington, uma espécie de ideário baseado no neo-liberal e corolário das prédicas herdadas dos Governos de Ronald Reagan e Margareth Tchatcher. O Estado mínimo, hoje, é desejável mas não necessariamente exequível na media em que as instituições do Estado se expandem de maneira que urge manter a presença activa do aparelho administrativo do Estado de Cabinda ao Cunene. Nós temos rácios que precisamos de cobrir relativamente ao número de funcionários públicos versus população de Angola.
Segundo cálculos baseados em dados do Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social, do ano passado, há dois funcionários públicos para cada 100 habitantes, uma situação que complica muito na materialização das tarefas do Estado. Logo, limar esta e outras arestas implica a contratação do Estado, facto que leva invariavelmente a “engordar” o Estado angolano. Por isso, dificilmente o Estado angolano pode aceitar receitas que tenham como base não a real situação interna de Angola, mas apenas tudo o que vem de Washington. Para terminar, espero que as autoridades angolanas sejam capazes de negociar muito bem para que os interesses do país estejam protegidos.
Exercícios físicos
A importância dos exercícios físicos parece ganhar força nos bairros periféricos de Luanda, onde existem milhares de locais que foram providenciados com os trabalhos de reabilitação dos bairros. Hoje, sobretudo ao fim, é possível notar centenas de jovens que praticam variados tipos de exercícios.