Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ADELAIDE SILVA Samba AUGUSTO CÉSAR Cazenga JOÃO ARTUR Saurimo

Dinheiro da madeira

Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola e, como angolano e patriota, estou muito preocupado com informaçõe­s que dão de que madeira explorada no país não contribui significat­ivamente para os cofres do Estado. Penso que foi nas páginas deste jornal que soube que, contrariam­ente a ideia de que o Estado “embolsou” elevadas somas com a exploração da madeira, nada do que se presume chegou a ocorrer. E curiosamen­te numa altura em que o país precisa de madeira, em que estrangeir­os exploram industrial­mente a madeira, entre outros problemas, não faz sentido que os resultados dessas exploraçõe­s todas de Cabinda ao Cunene não cheguem aos cofres do Estado.

Veio em boa altura a proibição dada em tempo, que acabou por se transforma­r num importante travão ao ritmo como as nossas madeiras estavam a ser contraband­eada, passe a expressão. Por fim, espero que os operadores da indústria madeireira sigam as instruções legais para que haja ordem.

Angola e FMI

Há dias, um analista defendeu que Angola não precisa de fazer o que o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) determinar ou propor, da mesma maneira que aquela instituiçã­o não deva esperar que o nosso determine o que ela deve fazer ou deixar de fazer por nós. A situação menos boa por que passamos deve ter como receita não necessaria­mente uma terapia de choque, exactament­e nos moldes das receitas que a instituiçã­o de Bretton Woods prescreve, mas de soluções que correspond­am à realidade interna de Angola.

Muitas vezes, as instituiçõ­es financeira­s internacio­nais apenas receitam o que, em termos económicos e financeiro­s, os países devem fazer tendo como base o famigerado Consenso de Washington, uma espécie de ideário baseado no neo-liberal e corolário das prédicas herdadas dos Governos de Ronald Reagan e Margareth Tchatcher. O Estado mínimo, hoje, é desejável mas não necessaria­mente exequível na media em que as instituiçõ­es do Estado se expandem de maneira que urge manter a presença activa do aparelho administra­tivo do Estado de Cabinda ao Cunene. Nós temos rácios que precisamos de cobrir relativame­nte ao número de funcionári­os públicos versus população de Angola.

Segundo cálculos baseados em dados do Ministério da Administra­ção Pública Trabalho e Segurança Social, do ano passado, há dois funcionári­os públicos para cada 100 habitantes, uma situação que complica muito na materializ­ação das tarefas do Estado. Logo, limar esta e outras arestas implica a contrataçã­o do Estado, facto que leva invariavel­mente a “engordar” o Estado angolano. Por isso, dificilmen­te o Estado angolano pode aceitar receitas que tenham como base não a real situação interna de Angola, mas apenas tudo o que vem de Washington. Para terminar, espero que as autoridade­s angolanas sejam capazes de negociar muito bem para que os interesses do país estejam protegidos.

Exercícios físicos

A importânci­a dos exercícios físicos parece ganhar força nos bairros periférico­s de Luanda, onde existem milhares de locais que foram providenci­ados com os trabalhos de reabilitaç­ão dos bairros. Hoje, sobretudo ao fim, é possível notar centenas de jovens que praticam variados tipos de exercícios.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola