Governo lança um plano para apaziguar conflitos
Eternamente esquecida e subalternizada para posição secundária resultante da imensidão de problemas que afectam o país, a região central da Nigéria é agora olhada com especial atenção pelo Governo, de modo a minimizar a gravidade dos conflitos
Um país, como a Nigéria, seriamente afectado por uma série de conflitos armados tem de encontrar formas engenhosas de dar resposta às preocupações das suas populações por forma a garantir-lhes a possibilidade de terem alternativas ao recurso ao uso das armas para defesa da sua sobrevivência.
Por isso, o Governo atento ao que se passa no país e que resulta de tradições culturais que por vezes geram perigosos conflitos étnicos com recurso ao uso de armas, tem em marcha um plano para já está a ser aplicado na região central, habitualmente afectada por condições climatéricas adversas que potenciam à extrema pobreza das populações.
Com o avançar dos anos e as incidências que resultam das alterações climáticas, o centro da Nigéria viu agravadas as condições desérticas do seu solo, que impedem a prática da agricultura com tudo o que isso representa para a subsistência das famílias. Essas dificuldades têm potenciado a eclosão de conflitos violentos entre diferentes grupos, que frequentemente recorrem às armas para garantirem a sua subsistência face à disputa pelos poucos recursos existentes.
Como se já não bastassem as condições climáticas adversas, resultantes de secas prolongadas que tornam os solos inférteis, começaram nos últimos anos a chegar à região homens e armas provenientes da Líbia, com as quais alguns grupos tentam ganhar vantagem.
Esforço conjunto
Para tentar contrariar essa tendência, o Governo nigeriano está a aplicar um plano que prevê o estabelecimento de um pacto entre os diferentes grupos locais para que se juntem e encontrem formas conjuntas de reverter a situação adversa que os envolve.
O desafio lançado pelo Governo vai no sentido de os grupos locais uniremse para explorar aquilo que existe no subsolo, oferecendo assim condições para trabalharem em minas escavadas com máquinas fornecidas por empresas interessadas na exploração de minério.
Estudos feitos recentemente revelam a possibilidade de existência de importantes minérios no subsolo do centro da Nigéria, que não estariam a ser explorados devido, precisamente, aos conflitos armados entre os diferentes grupos residentes.Uma primeira experiência teve um resultado positivo, mas não definitivo, quando, após dias de escavações, os trabalhadores começaram a ver água lamacenta e alguns pedaços de uma espécie de metal de cor cinza, espessa e extremamente escura.
Essa descoberta encorajou os trabalhadores envolvidos no projecto que se começaram já a habituar a esta nova situação.
Com a água encontrada, “filtrada” com panos, conseguiram já cozinhar alguns alimentos, estando agora mais entusiasmados em prosseguir na resposta ao desafio que o Governo lhes lançou.
Aquilo que ao princípio era apenas uma ideia, aos poucos foi ganhando maiores impulsos ao ponto de agora já estar a ser encarado pelos próprios políticos como uma medida que pode ter um grande impacto nas eleições marcadas para o próximo ano.
Para sustentar esse plano, o Governo disponibilizou verbas para pagar à população que aderiu ao projecto contando com o apoio de empresas mineiras internacionais, que já operam noutras regiões do país, apostadas em saber o que efectivamente está no subsolo daquela região.
Alguns agricultores locais, que além das condições climáticas adversas foram também afectados por uma taxa de inflação que provocou o aumento acentuado dos fertilizantes e do gasóleo com que alimentam os geradores, estão a aderir ao projecto mineiro local do Governo, uns fazendo dele o seu segundo emprego, outros tornando-o mesmo como a sua opção principal de sustentabilidade.
Depois desta fase inicial de prospecção, o Governo nigeriano conta poder estabelecer parcerias com empresas internacionais para a extracção e posterior comercialização do minério, não estando descartada a possibilidade de serem financiadas empresas que alguns dos residentes locais queiram eventualmente criar.