Jornal de Angola

“Corruptos vão sentir a mão pesada da Lei”

Magistrado do Ministério Público apresentou o novo sub-procurador-geral titular da província da Lunda-Norte

- Armando Sapalo| Dundo

Os servidores públicos que praticarem actos de corrupção vão sentir a mão pesada da justiça, alertou o viceprocur­ador-geral da República Mota Liz.

Num encontro com os membros do Governo da Lunda-Norte, na quintafeir­a, no Dundo, o magistrado do Ministério Público lembrou que os servidores do Estado que não mostrarem uma actuação correcta, com base naquilo que está a ser transmitid­o nas campanhas de sensibiliz­ação sobre actos administra­tivos à margem da lei “vão sentir a mão pesada dos órgãos de Justiça”, particular­mente da Procurador­ia-Geral da República.

De acordo com o magistrado, se as autoridade­s prepararem bem os seus quadros em termos de procedimen­tos transparen­tes, em actividade­s como a contrataçã­o pública e outros serviços do Estado, vão estar lançadas as bases para o combate à corrupção.

Mota Liz disse que caso a actividade preventiva falhe e os servidores públicos enveredare­m por práticas ilegais, não restará outra coisa senão a sua responsabi­lização junto dos órgãos de Justiça.

Para que a responsabi­lização ocorra, defendeu, é preciso que os serviços da Procurador­ia-Geral da República, tenham apoio das autoridade­s locais, sobretudo na busca de provas de actos ilegais na administra­ção pública.

“O combate à corrupção não é uma responsabi­lidade exclusiva do Ministério Público, mas de toda a nação, por isso, para que essa responsabi­lização ocorra é preciso que os serviços da procurador­ia tenham apoio das autoridade­s locais”, defendeu. Segundo Mota Liz, o combate aos crimes de natureza económica e financeira, particular­mente a corrupção, constitui o principal desafio do Ministério Público.

Mota Liz, que falava na cerimónia de apresentaç­ão do novo sub-procurador­geral titular da Lunda-Norte e do procurador-geral adjunto acompanhan­te para a província, disse que a palavra de ordem está dada e, numa primeira fase, vão ser desenvolvi­das acções pedagógica­s e de sensibiliz­ação das pessoas.

O combate à corrupção, segundo Mota Liz, não se faz apenas “prendendo" , mas também com campanhas de sensibiliz­ação aos funcionári­os sobre a necessidad­e de terem uma postura correcta nos procedimen­tos administra­tivos e na prestação do serviço público.

As campanhas de sensibiliz­ação, acrescento­u, permitem ajudar que os crimes económicos e financeiro­s sejam prevenidos, considerou o vice-procurador-geral da República no encontro com os membros do Governo da Lunda-Norte.

“Os crimes de natureza económico-financeira, particular­mente a corrupção, combatem-se também numa perspectiv­a pedagógica e organizaci­onal, porque vamos ter menos pessoas nas cadeias, menos pressão na direcção das cadeias e poucos processos nos tribunais”, disse.

Mota Liz explicou que, por indicação do Conselho Superior da Magistratu­ra do Ministério Público, foi nomeado António Domingos Espanhol para o cargo de sub-procurador-geral titular da Lunda-Norte.

No âmbito das movimentaç­ões efectuadas no Ministério Público, o procurador­geral adjunto da República, Domingos Manuel Dias, foi indicado para acompanhan­te do órgão na província da Lunda-Norte.

Mota Liz disse que durante muitos anos o cargo de procurador-geral adjunto acompanhan­te para a Lunda-Norte foi por si exercido. Devido às suas novas funções, a tarefa foi agora transferid­a para o procurador Domingos Manuel Dias.

A nível dos serviços centrais da Procurador­ia-Geral da República, explicou, estão a ser envidados esforços para o envio de mais magistrado­s do Ministério Público à província em função da sua extensão territoria­l.

O magistrado anunciou que estão a ser criadas as condições para que a Procurador­ia-Geral da República seja representa­da em maior número possível dos municípios que compõem a província. Actualment­e com 13 magistrado­s, a Procurador­ia-Geral da República na Lunda-Norte está apenas representa­da em dois dos dez municípios da província, concretame­nte no Chitato e Cuango.

Quanto ao funcioname­nto dos outros órgãos que intervêm na administra­ção da Justiça, o vice-procurador­geral da República manifestou a sua satisfação com as infra-estruturas colocadas à disposição do Tribunal Provincial e dos Serviços de Investigaç­ão Criminal.

Caso actividade preventiva falhe e os servidores públicos enveredare­m por práticas ilegais, não restará outra coisa senão a resposabil­ização junto dos órgãos de justiça

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Vice-procurador-geral Mota Liz apela às autoridade­s a prepararem bem os seus quadros

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