Ébola na RDC coloca Angola em estado de alerta
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, recomendou, ontem, em Luanda, às direcções do sector nas províncias que fazem fronteira com a República Democrática do Congo a redobrarem a vigilância epidemiológica na sequência da detecção de dois casos de ébola no país vizinho.
Os dois casos foram notificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na província congolesa de Bikoro, localizada a noroeste, admitindo-se, por isso, o regresso do surto da febre hemorrágica à República Democrática do Congo.
A recomendação de Sílvia Lutucuta foi feita numa reunião multissectorial de emergência, onde foram definidas medidas para o plano de prevenção da doença em Angola.
A ministra da Saúde, citada num comunicado, produzido no final do encontro, pediu às direcções provinciais para que se mantenham “em estado de alerta”, observando “alguns princípios de segurança”, por se tratar de uma doença “altamente contagiosa”.
Entre as medidas de segurança estão o reforço da vigilância epidemiológica e a investigação e notificação de eventuais casos suspeitos. “A notificação é um acto obrigatório para todas as unidades sanitárias, utilizando a definição padronizada de caso e a ficha de notificação”, avança a ministra, citada no documento.
Se houver casos suspeitos da doença, os técnicos de saúde devem utilizar luvas ou amarrar as mãos com um saco de plástico forte, para não haver ruptura e, em caso de morte, o cadáver não deve ser tocado pela família, sendo uma tarefa dos serviços de saúde.
As roupas de cama utilizadas pelo doente ou outras que tenha usado, acrescenta o comunicado, devem ser borrifadas com recurso à utilização de lixívia e, de seguida, separadas das outras.
Angola e a República Democrática do Congo, por registarem um intenso fluxo migratório, devem activar os protocolos de emergência existentes na área da Saúde e o reforço da monitorização e vigilância epidemiológica transfronteiriça, lê-se ainda no documento.
O Ministério da Saúde informa que, embora Angola não tenha registado até ontem casos suspeitos, estão em curso, mesmo assim, medidas de contenção do alastramento da doença.
A reunião, presidida pela ministra da Saúde, registou a presença dos secretários de Estado dos ministérios da Saúde e do Interior, do comandante-adjunto do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, do directoradjunto do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) e de altos funcionários da Direcção Nacional de Saúde Pública.