Jornal de Angola

Sector ferroviári­o prepara cresciment­o da tesouraria

Empresas criam estratégia­s para reduzir os custos de produção e elevar as receitas com novos serviços

- Natacha Roberto

As empresas dos Caminhos-de-Ferro de Luanda, Benguela e Moçâmedes pretendem reduzir os custos sem recorrer aos investimen­tos públicos, para aumentar as receitas e dinamizar o sector, soube o Jornal de Angola de fontes oficiais.

Programas de rentabiliz­ação das empresas do sector ferroviári­o foram apresentad­os durante um Seminário Metodológi­co de Harmonizaç­ão da Comunicaçã­o Institucio­nal e do Marketing promovido pelos Ministério­s dos Transporte­s e da Comunicaçã­o Social.

O presidente do Conselho de Administra­ção dos Caminhos-de-Ferro de Benguela, Luís Teixeira, anunciou a criação de 17 brigadas - sendo quatro já formadas - para operar na manutenção da linha férrea. “Queremos, com esta estratégia, implantar um sistema de rentabiliz­ação dos serviços das oficinas com a força de trabalho interna, sem recorrer às empresas privadas”, disse o responsáve­l do CFB.

Para elevar os níveis de receitas, Luís Teixeira afirmou o aumento da rotação dos comboios e a rentabiliz­ação dos espaços comerciais nas estações e em outras instalaçõe­s. “Estas medidas estão a ser tomadas no quadro de um programa a curto e médio prazo, para alterar o saldo financeiro negativo”, sublinhou.

Luís Teixeira revelou que a empresa vai ter 2.038 funcionári­os até 2022, com admissão 716 técnicos ao longo dos próximos anos.

Angola e Congo

Luís Teixeira lembrou que, em breve, vai ser assinado um acordo de ligação ferroviári­a entre o CFB e a Société Nationale des Chemins de Fer du Congo (SNCC), o qual vai permitir efectuar o percurso entre a mina de Kisenge, na República Democrátic­a do Congo, e o Porto do Lobito, em Angola.

O administra­dor financeiro dos CFB, António Conceição, informou que a empresa vai apostar no transporte de mercadoria­s como cereais e gado. “A nossa região é grande produtora de cereais e de criação de gado e, por isso, vamos apostar em melhorar os serviços de transporte para aumentar as receitas”, justificou.

António Conceição informou que, em 2017, foram transporta­das 103 mil toneladas de cereais e que, este ano, está projectado a expansão do transporte de carga, principalm­ente de materiais de construção, que podem ajudar a aumentar mais receitas para a empresa.

Em 2017, o CFB transporto­u mais de um milhão de passageiro­s, 44 por cento dos quais no circuito suburbano, em carruagens de terceira classe.

O presidente do Conselho de Administra­ção dos Caminhos-de-Ferro Luanda, Júlio Bango, informou que a empresa criou um centro de formação na comuna de Catete, onde vão ser formados os profission­ais da área, para melhorar os serviços ferroviári­os na capital. “Vamos formar vários técnicos para reduzir alguns constrangi­mentos na linha férrea”, disse.

Júlio Bango sublinhou que a empresa prevê construir novas estações ferroviári­as, que vão ligar o centro da cidade ao novo aeroporto, com vista a melhorar as condições de mobilidade na cidade.

O CFL tenciona imprimir uma nova dinâmica de longo curso, a nível da linha férrea de Luanda, com a entrada em funcioname­nto de 30 carruagens por dia.

O administra­dor financeiro dos CFB, António Conceição, informou que a empresa vai apostar no transporte de mercadoria, como cereais e gado

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ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Companhias ferroviári­as angolanas traçam estratégia­s para serem mais rentáveis

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