Etiópia, o milagre económico de África
A economia etíope é considerada hoje a maior da região e um milagre na África, se tem em conta que há apenas 18 anos o país contava com um dos maiores índices de pobreza do mundo.
De acordo com um relatório recentemente divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), as cifras que ascendem aos 8,5 por cento indicam uma expansão contínua após uma década.
Assim, esta nação do denominado chifre africano teve em média durante esse tempo ao redor de 10 por cento em termos de crescimento económico, segundo o FMI.
O prognóstico, que coloca a Etiópia acima do Ghana, outra das jóias macroeconómicas da África subsaariana, e da Nigéria, denominado o motor do continente, tomada como ponto de partida vários elementos, entre eles o facto de que actualmente 30 por cento da população vive em condições de miséria, quando em 2000 essa cifra superava os 60.
Por sua vez, o desempenho em atrair investimento estrangeiro directo excedeu o plano nacional em mais de dois mil e 500 milhões de dólares, no ponto de converter-lhe em centro africano de manufacturas, segundo dados contribuídos pela Comissão Inversor Nacional.
Para o professor associado de Economia da Universidade de Addis Abeba Berhanu Deno, a notícia dada a conhecer pelo FMI sobre esta tendência positiva contribuirá significativamente a atrair mais empresas internacionais. Nesse sentido, o pesquisador de Políticas Públicas da mesma instituição Costantinos Berhetesfa assinalou que o Governo operou com astúcia ao promover acessos a empréstimos com interesse comparativamente mais baixo e outras políticas preferenciais, o qual deu ao fracasso finalmente com a chegada de companhias de renome mundial procedentes da China, Turquia e outras partes do mundo.
Essa presença contribui ao crescimento económico não só através do capital; também reforça a produtividade e a competitividade das exportações no mercado mundial, em opinião do professor da Universidade de Wollo Hassen Beshir.
Os especialistas consideraram que para garantir a estabilidade, as autoridades deveriam dar máxima prioridade às interrupções de energia frequentes e melhorar a conectividade via, ferroviária e aérea.
Ademais, fizeram um chamado ao sector privado para formar uma relação recíproca com o público e investir em transferência de tecnologia, geração e gestão de emprego, bem como em investigação de mercados e a abordagem da escassez de divisa.
O grande investimento do país em instalações de infra-estruturas, incluída a expansão de parques industriais, centrais hidroeléctricas e outros serviços básicos, junto com a desvalorização de Birr (moeda etíope) e o crescimento da produção agrícola, podem ser atribuídos ao crescimento económico estimado, sublinharam documentos de organismos internacionais, como o Banco Mundial.
Um recente estudo realizado pelo Centro para o Desenvolvimento Global e citado pelo portal Quartz assinala que a Etiópia pode ser convertida na 'nova China' do continente africano.
Para entender como se desenvolverá o país no futuro é importante saber o que significa o crescimento do PIB real (valor monetário de todos os bens e serviços que foram produzidos por um território determinado durante um ano e estimados a preços constantes).
Em comparação com o PIB nominal 'valorizado a preços correntes o crescimento do PIB real não toma em conta a inflação, razão pela qual se considera que se esse indicador cresce, o bem-estar económico também o faz, por sua relação com o aumento da produção.
O principal factor capaz de impulsionar o crescimento destes números no futuro arraiga em que uma maior parte da cidadania se envolva na produção, o qual pode ser assegurado mediante o crescimento da população activa, argumentaram os académicos.
Dado que a ONU prognostica que para 2050 a população da Etiópia crescerá de 100 milhões de habitantes para 190 milhões, pode ser esperado que o PIB real e a economia continuem a melhorar no futuro.
Em comparação com o PIB nominal valorizado a preços correntes o crescimento do PIB real não toma em conta a inflação, razão pela qual se considera que se esse indicador cresce, o bem-estar económico também o faz, por sua relação com o aumento da produção