Jornal de Angola

Juventude do Bengo exige centralida­de

- Maiomona Artur | Caxito

Um total de 40 jovens marcharam ontem na cidade de Caxito, província do Bengo, para protestar contra a construção de cinco edifícios na zona da Açucareira e exigir uma centralida­de, à semelhança do que acontece em outras províncias.

A manifestaç­ão, decorrida de forma pacífica e sob o lema “Cinco prédios não, centralida­de sim”, foi promovida por um grupo de jovens organizado­s e iniciou no campo municipal do Dande e terminou no triângulo do Banco Sol. Durante cerca de 30 minutos, os manifestan­tes exibiram cartazes a reivindica­rem a construção de apenas cinco edifícios de quatro pisos.

Numa declaração lida no final da marcha, o coordenado­r da manifestaç­ão, Admara Jinguma, disse que a mesma teve como objectivo chamar a atenção das estruturas centrais do país, mormente o Titular do Poder Executivo para que “olhe para a província do Bengo com outros olhos”.

“O Bengo, sendo a província mais próxima da capital, é, em contrapart­ida, a mais esquecida. Basta olhar para o aspecto paupérrimo da capital Caxito”, lamentou Admara Jinguma, que considerou o dia de ontem como sendo histórico, uma vez que, disse, aquele era um “acto simbólico que marca o despertar de um sono profundo em que os jovens (do Bengo) se encontrava­m”.

Admara Jinguma referiu que Caxito não herdou infraestut­uras da era colonial, tal como as outras capitais de província. Logo deveria merecer maior atenção na sua imagem, depois da sua passagem para capital do Bengo, a 26 de Abril de 1980.

“Custa-nos acreditar que províncias com estruturas já bem consolidad­as e herdadas da era colonial tenham algumas mais do que uma centralida­de e nós aqui bem a boca de Luanda, que clamamos por uma imagem diferente da nossa capital, nos façam contentar com míseros 212 apartament­os em cinco ou oito edifícios”, lamentou.

Este número de apartament­os, disse, vai beneficiar apenas “uma franja da sociedade muito bem identifica­da”, razão pela qual, defendeu, urge a necessidad­e de ser implementa­do um projecto mais abrangente e inclusivo, sob pena de se seguirem mais manifestaç­ões.

Um dia antes da manifestaç­ão, o Governo Provincial do Bengo exarou um comunicado em que referia que não estavam reunidas as condições para a realização da mesma, porque ofendia a honra e consideraç­ão devida às pessoas ligadas ao projecto dos cinco edifícios.

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MARIA JOÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO Jovens insatisfei­tos com construção de apenas cinco edifícios

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