Renamo aconselha Nyusi a manter o diálogo aberto
A nova direcção da Renamo escreveu uma carta ao Presidente Filipe Nyusi aconselhando-o a não tentar usar a força para os desarmar, considerando que este processo só deverá ser fechado quando for alcançado o acordo de paz.
Na missiva, segundo a imprensa moçambicana, apelaram também para que não fossem bloqueadas as vias e viaturas que transportam bens de primeira necessidade para os militares.
Fonte do partido esclareceu que após a morte do líder da Renamo, o secretariado do partido enviou viaturas com mantimentos para os seus homens estacionados em Santugira, nas matas da Serra de Gorongosa.
Aliás, a questão da logística alimentar é apontada como um dos factores mais sensíveis para a sobrevivência da Renamo, uma vez que Dhlakama controlava o abastecimento através dos seus negócios pessoais.
Ossufo Momade, novo homem forte da Renamo, é natural da Ilha de Moçambique, na província de Nampula, o maior círculo eleitoral do país, fortemente dominado pelo seu partido. É de etnia macua e de religião muçulmana, que predominam no norte de Moçambique, incluindo parte da Zambézia, representando cerca de 30 e 20 por cento da população moçambicana, respectivamente.
Segundo alguns observadores, estes factores tornam Ossufo Momade o homem certo para suceder a Dhlakama. Até à sua eleição, Momade ocupava o cargo de chefe de Departamento de Defesa e Segurança da Renamo.
Durante a guerra, abriu e liderou a frente norte de Moçambique. Tal como Afonso Dhlakama, Momade já esteve nas Forças Armadas lideradas pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), onde chegou a ser designado comissário político e militar.