Presidente leva conforto a doentes
No Dia Internacional do Enfermeiro, assinalado ontem, o Presidente da República, João Lourenço, levou conforto aos doentes internados nos hospitais Pediátrico “David Bernardino”, Oncológico e Neves Bendinha, também conhecido como “Hospital dos Queimados”.
visitou, igualmente, o Hospital dos Queimados, no bairro Neves Bendinha, cuja reabilitação pode ocorrer ainda este ano, enquanto não é construído um novo estabelecimento, que também se prevê para breve.
A estrutura do hospital, construída no princípio da década de 90, é bastante antiga. Há problemas de drenagem e o tecto apresenta infiltrações. O chefe de Departamento da Área dos Queimados, Bunga Bondo, disse que, além de se encontrar degradado, o Hospital dos Queimados foi construído numa área inapropriada, pois está entre quatro ruas principais, onde há, inclusive, embarque e desembarque de taxistas, vulgo candongueiros. "Isso provoca muita poeira que entra para o hospital , o que não facilita a evolução clínica dos pacientes", afirmou o médico, lembrando que um paciente queimado perde a pele e está sujeito a contrair infecções generalizadas que podem levar à morte.
Bunga Bondo confirmou a existência de um projecto para a construção de um novo hospital noutro local. Disse haver já, inclusive, um orçamento para a empreitada, cujo valor não revelou. “Estamos à espera da materialização desta ideia que já é de algum tempo. Aqui trabalhamos de uma forma imprópria. Dizem que a verba já foi alocada e o projecto deve arrancar já este ano”, informou Bunga Bondo, esclarecendo, que enquanto estiver a ser construído o novo hospital, o actual vai beneficiar de reabilitação.
O médico informou que, diariamente, o Hospital dos Queimados atende entre 40 a 45 pacientes, dos quais 20 queimados e os restantes doentes com traumas, como acidentados, já que há cerca de dois anos que o estabelecimento também recebe doentes traumatizados.
A capacidade de internamento, na área da enfermaria, é de 60 e nos cuidados intensivos é de 20, número que pode dilatar de acordo com a demanda.
Segundo Bunga Bondo, essa situação faz com que a escala de bancos dos médicos seja de cinco em cinco dias. Feitas as contas, num mês de 31 dias, um médico pode fazer banco sete vezes, quando o salário só é contabilizado para quatro bancos de urgência. Além disso, o hospital precisa de mais médicos. “Somos apenas dois médicos a fazer cirurgia plástica, de modo que aqui (o trabalho) não é assim tão fácil”, queixou o responsável pela Área dos Queimados.
O médico refutou uma informação segundo a qual pacientes internados têm de comprar medicamentos. "A queimadura é uma patologia muito complicada. Uma queimadura do segundo grau normalmente leva 15 a 25 dias. Neste tempo o gasto é maior. Então priorizamos os doentes internados. Temos stock suficiente para atender os internados”, garantiu.