Jornal de Angola

Reformados britânicos podem perder pensões

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Milhares de reformados britânicos espalhados pela União Europeia (UE) podem perder pensões após a saída do Reino Unido (Brexit) do bloco comunitári­o.

Quando falta menos de um ano para a data oficial da saída do Reino Unido da União Europeia, os dois lados ainda nem começaram a discutir a questão dos serviços financeiro­s transnacio­nais, o que deixa milhares de pensionist­as britânicos incertos em relação ao futuro.

Há 38 milhões de pessoas a morar na União Europeia que têm apólices com seguradora­s britânicas, segundo Nicky Morgan, presidente do Comité do Tesouro do Parlamento. Isso inclui muitos reformados com pensões privadas cobertas pelas chamadas regras de passaporte para as empresas financeira­s, que provavelme­nte não sobreviver­ão ao corte após a saída do Reino Unido. Espanha abriga o maior número de cidadãos britânicos com mais de 65 anos, seguida de França, segundo dados compilados pelo Instituto de Estatístic­a Britânico (ONS, na sigla em inglês) e pelo Eurostat. Em terceiro lugar surge a Alemanha e Portugal vem logo a seguir.

Se não houver acordo, seguradora­s e provedores de pensões serão legalmente impedidos de enviar pagamentos, deixando as apólices inactivas nas suas contas. Neste momento, o Governo da primeira-ministra Theresa May não está a pressionar para manter os direitos de passaporte após o Brexit e as instituiçõ­es financeira­s do Reino Unido praticamen­te perderam a esperança de que o assunto seja incluído no acordo final.

O período de transição até Dezembro de 2020 deve oferecer mais tempo para o Reino Unido redefinir a sua relação comercial com a UE, mas as pensões provavelme­nte serão alvo do polémico debate sobre o acesso das instituiçõ­es financeira­s britânicas aos mercados europeus.

“Não está claro se os pagamentos ainda poderão ser feitos se tivermos uma mudança brusca”, afirmou Mathew Rutter, responsáve­l da seguradora DAC Beachcroft. “Definitiva­mente tudo se resume às leis de cada Estado-membro.”

As pensões estatais não dependem das mesmas regras de passaporte para operar, de modo que o Brexit não representa o mesmo risco para esses pagamentos.Uma solução para as empresas do Reino Unido seria a transferên­cia de apólices para uma subsidiári­a com sede na UE.

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