SIC detém falso empresário de materiais de construção
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) no Cuando Cubango apresentou sábado o cidadão nacional conhecido por Costa Buila, que se fazia passar por empresário, na posse de 236 sacos de cimento e outros materiais de construção civil burlados a partir de diferentes postos de venda sedeados na cidade de Menongue.
De acordo com o portavoz do SIC, Paulo Dias de Novais, a táctica do falso empresário consistia em enganar os proprietários de lojas de comercialização de cimento, varões e tubos, nas quais carregava a crédito grandes quantidades de materiais de construção que depois colocava à venda na sua zona de residência.
Alarmados pela longa ausência do jovem de 23 anos, os proprietários denunciaram o caso ao SIC, que com base nas informações dos lesados conseguiu chegar até à residência do burlador, onde, além dos 236 sacos de cimento, foram ainda encontrados 900 mil kwanzas e uma grande quantidade de varões e tubos de aço. Reconhecer o crime Em declarações ao Jornal de
Angola, Costa Buila reconheceu o crime, alegando que sem emprego esta foi a “alternativa” encontrada para garantir a sua sobrevivência e a da família. Acrescentou que vendia os materiais de construção burlados a um preço ligeiramente mais baixo ao fixado nas lojas para facilitar o seu rápido escoamento.
Só para citar alguns exemplos, na cidade de Menongue um saco de cimento custa 2.500 kwanzas e a caixa de mosaico de seis peças é vendida a cinco mil kwanzas, mas o falso empresário comercializava o saco de cimento a 1.200 kwanzas e a caixa de mosaico a mil kwanzas, preços que lhe permitiram conquistar um vasto universo de clientes. Ernesto Garcia, um dos cidadãos burlados, disse que recentemente entregou ao suposto empresário uma quantia de 200 mil kwanzas para o fornecimento de cem caixas de mosaico, mas agora não sabe quem vai devolver-lhe o dinheiro empatado, já que Costa Buila não tem condições para pagar a tão grande número de pessoas enganadas.
Ainda no sábado, o Serviço de Investigação Criminal apresentou o enfermeiro Adriano César , colocado no posto de saúde do Caiúndo, a 135 quilómetros de Menongue, que retirou de forma ilícita um microscópio de análises clínicas e outros meios hospitalares com os quais pretendia abrir um consultório particular na cidade de Menongue.
Adriano César alegou que o equipamento se encontrava há muito tempo avariado e pretendia levar o mesmo a um técnico para ser reparado, mas pelo facto de não ter comunicado ao seu superior hierárquico a sua atitude foi interpretada como furto pelo seu chefe imediato.
O SIC apresentou ainda um grupo de marginais que se dedicava ao roubo de acessórios de viaturas e de motorizadas (faróis e pneus) com recurso a armas de fogo. A polícia está a apurar se este grupo está envolvido no crime que vitimou mortalmente um profissional da Televisão Pública de Angola (TPA) no Cuando Cubango, em Dezembro do ano passado, que depois de morto lhe foi furtada a motorizada.