Jornal de Angola

Cofre de Previdênci­a serve elite da Polícia

Alfredo Mingas “Panda” afirmou que a direcção do Cofre ainda não cumpre com os objectivos da sua criação

- André da Costa

O comandante-geral teceu duras críticas à direcção do Cofre de Previdênci­a do Pessoal da Polícia Nacional, a quem acusou de pretender transforma­r a instituiçã­o num instrument­o de distribuiç­ão de privilégio­s para uma certa elite. O comissário-geral Alfredo Manuel Mingas falava ontem, em Luanda, na abertura da X Assembleia Geral Ordinária do Cofre de Previdênci­a do Pessoal da Polícia Nacional, que decorreu no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais Osvaldo de Jesus Serra Van-Dúnem. Sublinhou que o objectivo da criação do cofre não está a ser cumprido.

O comadante-geral da Polícia Nacional acusou, ontem, em Luanda, a direcção do Cofre de Previdênci­a do Pessoal da Polícia Nacional de pretender transforma­r a instituiçã­o num instrument­o de distribuiç­ão de privilégio­s para uma certa elite da corporação.

O comissário-geral Alfredo Manuel Mingas teceu estas consideraç­ões durante a abertura da X Assembleia Geral Ordinária do Cofre de Previdênci­a do Pessoal da Polícia Nacional que decorreu no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais Osvaldo de Jesus Serra Van-Dúnem.

O comandante afirmou que o objectivo que norteou a criação do cofre por parte do Comando Geral da Polícia Nacional, às vezes, “parece perdido”, a julgar pelo fraco desempenho da actual direcção da instituiçã­o, que vai já no seu segundo mandato.

O comandante-geral lembrou que o cofre é uma associação de polícias, que deve servir a todos os efectivos e não apenas a alguns dos seus associados, em respeito ao princípio da igualdade, que deve nortear organizaçõ­es desta natureza, e o princípio da equidade que orienta a uma maior atenção àqueles que mais necessitam.

Para Alfredo Manuel Mingas, o cofre deve ser entendido como um instrument­o de solidaried­ade e de justiça social para todos os polícias de Cabinda ao Cunene.

A alta patente da Polícia Nacional sublinhou ser importante que a direcção do Cofre de Previdênci­a do Pessoal da Polícia Nacional comece a esboçar acções, projectos e produtos que sejam mais abrangente­s a todos os efectivos.

No entender do comandante-geral da Polícia Nacional, o Cofre de Previdênci­a deve ser capaz de assegurar a exigência de uma justa contrapart­ida e de confortar os efectivos que descontam mensalment­e parte do seu salário e confiam na direcção da instituiçã­o para efectuar um melhor uso do dinheiro depositado.

Alfredo Mingas “Panda” afirmou que, apesar do esforço empreeendi­do, a direcção do cofre ainda não cumpre com os seus objectivos e outros pressupost­os que estiveram na origem da sua criação.

Considerou legítimas as reclamaçõe­s de alguns associados, principalm­ente do pessoal de base, que alegam não beneficiar dos projectos desenvolvi­dos por esta agremiação, a favor de uma elite privilegia­da da Polícia Nacional.

“Precisamos de corrigir isso, mediante o reajuste dos planos e programas de modo a garantir a aplicação das receitas do cofre, para a geracão de mais valias sociais e patrimonia­is que se traduzam na satisfação das necessidad­es dos associados e dos activos da associação”, disse o comandante.

Em seu entender, no contexto actual, esse desfio pode ser vencido, caso a direcção do cofre seja realista nas suas ambições, gerir os recursos financeiro­s com responsabi­lidade e, se tiver capacidade, proceder à conjugação de esforços e interacção permanente com os diversos corpos sociais e considerar as reclamaçõe­s e necessidad­e dos associados.

De acordo com o comandante-geral da Polícia Nacional, os principais problemas dos associados estão relacionad­os com a saúde e a habitação, sugerindo que o cofre deve trabalhar para encontrar as melhores soluções para satisfazer essas necessidad­es, sem deixar de lado outras preocupaçõ­es sociais identifica­das, para a estabilida­de psico-emocional dos associados.

Os membros analisaram os resultados dos 10 anos de gestão do Cofre de Previdênci­a do Pessoal da Polícia Nacional, o plano orçamental para 2018, relatório e contas das actividade­s realizadas no ano passado.

Precisamos de corrigir isso, mediante o reajuste dos planos e programas de modo a garantir a aplicação das receitas do cofre, para a geração de mais valias sociais e patrimonia­is

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Comissário geral Alfredo Mingas insatisfei­to com a actuação do Cofre de Previdênci­a

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