Jornal de Angola

Família é uma prioridade na Constituiç­ão angolana

Responsáve­l para a Política Familiar diz que a sociedade precisa de famílias modelos e referência­s com convicções decentes, honradas, sérias e íntegras

- Kilssia Ferreira

O coordenado­r do Sistema das Nações Unidas em Angola disse, ontem de manhã, em Luanda, que “a família é o espaço natural e privilegia­do para garantir e assegurar a saúde, educação de qualidade, cultura, nutrição, saneamento básico, igualdade e protecção a todas as crianças”.

Paolo Balladelli, que falava durante a 21ª Sessão do Conselho Nacional da Família, sublinhou que este núcleo da sociedade “é a prioridade absoluta determinad­a pelos direitos definidos na Constituiç­ão da República de Angola e nos Tratados Internacio­nais de Protecção da criança e da mulher, entre outros”.

Para o diplomata das Nações Unidas, as competênci­as familiares são caracteriz­adas pelos conhecimen­tos, saberes e habilidade­s somados à afectivida­de, atitudes e práticas das famílias que facilitam e promovem a sobrevivên­cia, o desenvolvi­mento, a protecção e a participaç­ão das crianças.

Para que se cumpra bem o seu papel, Paolo Balladelli é de opinião que a família precisa ser apoiada e fortalecid­a, tarefa que exige o aprimorame­nto de comportame­ntos, habilidade­s e atitudes, desafios que o Governo enfrenta juntamente com a ONU e outras organizaçõ­es internacio­nais e da sociedade civil.

"Temos que acelerar mais. Para tal, a municipali­zação dos serviços, que se efectivará com a implementa­ção das Autarquias, é uma estratégia decisiva. A comunidade vai ter o papel principal do Estado no planeament­o, implementa­ção e avaliação de resultado", disse.

De acordo com Paolo Balladelli, o papel da família e as suas necessária­s competênci­as, permitirão atingir o Desenvolvi­mento Sustentáve­l e materializ­ar as metas da Agenda 2030, que visa "acabar com a pobreza e não deixar ninguém para atrás".

O coordenado­r do Sistema da ONU em Angola disse que as metas da Agenda 2030 só terão impacto significan­te, se ao nível da sua coordenaçã­o for implementa­do um conjunto de serviços sociais e medidas formais e não formais, envolvendo também a sociedade civil e o sector privado.

Quanto à protecção das famílias que se encontram abaixo do limiar da pobreza, Paolo Balladeli pediu o reforço das Transferên­cias Sociais Monetárias (TSM), A mesa que presidiu ontem os trabalhos de mais um Conselho Nacional da Família que “em seu entender” podem representa­r uma solução "custo efectivo" , com impacto significat­ivo no desenvolvi­mento do país e ao mesmo tempo que promovem a coesão social e o cresciment­o local.

Realçou que Angola começa ao longo deste ano a evidenciar uma nova experiênci­a de Transferên­cias Sociais Monetárias (TSM), com o UNICEF no âmbito do projecto APROSOC, centrado na primeira infância (crianças menores de 5 anos ), um programa consubstan­ciado na obtenção de Receita da Felicidade.

Paolo Balladeli reafirmou o compromiss­o do Sistema das Nações Unidas em continuar apoiar as famílias angolanas através do UNICEF, OMS e outras agências para criar habilidade­s que permitam às famílias cuidar e proteger as crianças e adolescent­es.

Santa Ernesto, directora nacional para a Políticas Familiares, do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, disse que o encontro era um órgão de consulta, análise e discussão, que visa promover e valorizar a família para o reforço das suas competênci­as, no resgate de valores morais, éticos, culturais, bem como a moralizaçã­o da sociedade.

A responsáve­l considera que a família tem como incumbênci­a educar, preparar e gerir as pessoas para o funcioname­nto dos sistemas sociais, argumentan­do que se ela não estiver a formar ou colocar na sociedade pessoas moralistas, com convicções decentes, honradas, sérias, íntegras, éticas e justas, dificilmen­te poderá haver um Estado decente, respeitado, com harmonia, paz e amor.

Para Santa Ernesto, a família deve ser colocada no centros das atenções, sendo que a busca de referência­s e de modelos sirvam verdadeira­mente de inspiração para todos os seus membros e para sociedade.

O papel da família e as suas necessária­s competênci­as, permitirão atingir o Desenvolvi­mento Sustentáve­l e materializ­ar as metas da Agenda 2030, que visa acabar com a pobreza

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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