Capital do desleixo
O desrespeito pela capital do país por parte de quem tem a obrigação de cuidar dela, mas igualmente dos responsáveis de várias empresas, tal como de muitos dos que a habitam, faz de Luanda “a capital do desleixo”.
Nem o velho Bairro do Maculusso e zonas que o circundam, onde proliferam vivendas, com quintais e quintalões - alguns transformados em espaços de “sopa e almoço” -, a maioria construída com “o dinheiro do café “dos anos 1950, escapa à razia movida pela incompetência e preguiça. Visível nos “avançados” que lhes tapam a vista, com janelas de vender gasosas, água, cerveja, gelo, a par de “andares suplementares” colocados em cima de terraços. Também nos “alçapões” na via pública, com águas a escorrer por ela, nas árvores por podar e caídas por terra por falta de tratamento, lixo a transbordar dos contentores, placas toponímicas falhas de informação indispensável, cães vadios que se dispensam.
Um dia destes, passei pela Rua Joaquim Capango, exactamente no Maculusso. Entre dois restaurantes, um contentor extravasava toda a espécie de “lixo doméstico”. A poucos metros, numa das esquinas com a Comandante Kwenha, um candeeiro público permanecia deitado no chão. Provavelmente derrubado pela viatura de “um ás do volante”. Ou, quem sabe ?, cansado de estar de pé numa cidade às escuras.
Maculusso quem o viu e quem o vê! E é das zonas da capital menos atingida pela ira dos deuses alérgicos a tudo que seja trabalho, competência, urbanidade, urbanismo.