Jornal de Angola

OMS vai importar vacina experiment­al contra Ébola

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A Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) diz ter sido autorizada pelo Governo da República Democrátic­a do Congo (RDC) a importar e a usar a vacina experiment­al contra o surto de ébola no país.

“Concordámo­s em importar e usar a vacina. Tudo está pronto para realmente usarmos a vacina para estancar a epidemia”, disse ontem o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu­s, durante o anúncio do facto, em Kinshasa.

A vacina, desenvolvi­da em 2016 pela farmacêuti­ca Merck, provou ser segura e efectiva em testes humanos, embora esteja ainda na sua fase experiment­al. O fármaco deve estar conservado entre 60 e 80 graus centígrado­s negativos, o que significa grandes encargos em termos de condições logísticas.

O remédio, que foi testado na Guiné Conacri, em 2015, no fim do surto da ébola na região da África Ocidental, é concebido para o uso naquilo que é conhecido como abordagem de “vacinação selectiva”, isto é, destinada àqueles que estão em contacto directo com pessoas infectadas.

Isto significa que quando um novo caso de ébola for diagnostic­ado, todos aqueles que estavam em contacto com portadores do vírus são rastreados e vacinados, para prevenir a propagação da doença.

A OMS disse que as autoridade­s congolesas reportaram, até aqui, 39 casos suspeitos, prováveis ou confirmado­s de ébola, no período entre 4 de Abril e 13 deste mês, incluindo 19 mortes. Indicou que 393 pessoas identifica­das como tendo mantido contactos com pacientes da doença tiveram um acompanham­ento médico.

O secretário-geral da OMS esteve, no passado fimde-semana, na RDC, onde pôde visitar a área afectada pela doença.

Relatos sobre a ébola em áreas de Bikoro, Iboko e Wangata, na província congolesa do Equatorial, são ainda limitados, segundo a OMS. Todavia, o surto não satisfaz o critério para se declarar como uma “preocupaçã­o nacional ou mesmo internacio­nal”, o que poderá forçar este organismo mundial a criar um comité de emergência.

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DR Nações Unidas preocupada­s com o surto de febre hemorrágic­a

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