Jornal de Angola

“Antes de escrever, aprenda a pensar”

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A comunicaçã­o social detida pelo Estado, ou pelos grandes grupos económicos tentou através de manipulaçã­o de fotos e filmes inverter a situação para repor a ordem “velha” que o presidente de Gaulle exigia para recuperar a França que tinha idealizado. A verdade é que influencia­dos pela China, os jornais de parede tiveram uma importânci­a decisiva na mobilizaçã­o, e na permanente informação aos cidadãos empenhados em fazer valer as suas convicções. Os jornalista­s da rádio oficial, a ORTF, assumiram a sua postura de informar sem pressões, o que lhes valeu serem despedidos quando o poder recuperou as rédeas da situação. A própria ORTF fez uma greve solidária com a luta dos estudantes e trabalhado­res. Os panfletos, as serigrafia­s e os cartazes encheram as ruas. Milhões de panfletos, 500.000 cartazes com cerca de 400 motivos diferentes executados por artistas, operários, estudantes, tipógrafos, etc. mostra bem o grau de engajament­o das pessoas no Maio de 1968. Apareceu a figura do jornalista militante, que acaba por dar origem ao quotidiano “Libération”, onde colaborou Sartre entre outros e que ainda hoje existe com todo o seu prestígio acumulado desde então.

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