CARTAS DOS LEITORES
Falta de água
Vivo na comuna do Rangel, beneficio de água canalizada, a chamada “água do chinês”, e escrevo para o Jornal de Angola para falar sobre este precioso líquido que não sai da torneira desde há um mês. É água de má qualidade a que é transportada pelas cisternas de viaturas em mau estado técnico, embora a água da torneira não o seja inversamente a 100 por cento. O pior em tudo isso é que a EPAL não informa absolutamente nada sobre o que se passa, sobre as razões dessa falta de água e quando vão repor. Vivemos num Estado de Direito em que todas as acções das instituições e das pessoas devem pautar-se pelo que determinam as leis. Eu pergunto: é legal esse procedimento da EPAL de não explicar o que se passa para que a comuna do Rangel fique sem água? Não se coloca a questão do pagamento porque, como se sabe, desde a instalação da canalização, as famílias nunca foram notificadas para, junto dos balcões da EPAL, efectuarem os contratos. Dizse que se deve aguardar, mas em minha opinião não é sustentável
Pausa pedagógica
Depois das provas trimestrais, as escolas públicas cumprem agora uma pausa pedagógica de uma semana e provavelmente os privados cumprirão as tradicionais duas semanas. Em todo o caso e falando sobre o ensino público, diria que era bom que as escolas não observassem mais essa fase de pausa atendendo aos dias perdidos com a declaração da greve interpolada por parte do SINPROF. Sem atribuir culpa a nenhuma das partes, assumo apenas que seria recomendável que se aproveitasse o tempo perdido para seguirmos em frente com as aulas. Não se pode perder mais tempo, mas em todo o caso o mais importante é que essa fase de pausa seja devidamente aproveitada. Para muitos, a pausa curta também acaba por contribuir para reduzir aquela inércia que caracteriza o fim da fase de descanso e o início das aulas. A batalha legislativa para a produção do documento que vai regular o repatriamento do dinheiro levado ilicitamente para o exterior do país começa a chegar ao fim. Mas, curiosamente, a elevada falta de consensos, em minha opinião, pode perturbar o andamento do processo ou eventualmente ser aproveitado pelas entidades bancárias ou Estados estrangeiros para inviabilizar a vinda dessa “massa” ilegal. Como se não bastasse o desafio de “cozinhar” um documento em que todos se possam rever e que efectivamente contribua para o regresso do dinheiro, há ainda outras vozes que preferem “misturar conversas”.
Isto vem a propósito de intervenientes em espaços públicos que insistem em falar sobre os dinheiro lícito que se encontra lá fora. Pareceme que o que mais inquieta a sociedade e as instituições é o dinheiro que, como se acredita, tenha sido encaminhado indevidamente para o exterior do país.