Renovado acordo militar com Portugal
Os Governos de Angola e de Portugal assinaram ontem, em Luanda, o Programa-Quadro de Cooperação entre os Ministérios da Defesa dos dois países para o período 2018-2021, que contempla, entre outros benefícios, o ensino e formação de militares angolanos nos estabelecimentos de ensino militar e não militar portugueses.
O documento, contendo cinco projectos, foi rubricado pelos ministros da Defesa de Angola, Salviano Sequeira “Kianda”, e de Portugal, José Azeredo Lopes, no final da 17ª reunião da Comissão Mista Militar.
De acordo com o comunicado produzido no termo da reunião, as partes avaliaram a execução do Programa-Quadro 2015-2017 e concluíram que, apesar dos constrangimentos, o mesmo desenvolveu-se de forma “bastante positiva”, tendo sido atingidos os objectivos definidos.
As delegações dos dois Estados avaliaram aspectos relacionados com o apoio logístico à cooperação do técnico-militar, e acordaram na realização da 18 ª Reunião da Comissão Mista na capital portuguesa, Lisboa, em data a definir.
O ministro da Defesa Nacional, Salviano Sequeira “Kianda”, aplaudiu a disponibilidade manifestada pelo homólogo para Portugal continuar a transmitir conhecimentos da ciência e arte militares ao Exército angolano.
Aos comandantes dos três ramos das Forças Armadas Angolanas (Marinha, Exército e Força Aérea), o ministro “Kianda” pediu que exijam dos seus efectivos maior aproveitamento da presença dos assessores militares portugueses no país.
“Kianda” referiu que a participação das unidades militares angolanas em operações de manutenção de paz tem sido prioridade do Executivo, e lamentou o facto de até ao momento não ter sido possível a Angola e Portugal actuarem em conjunto nas missões de paz das Nações Unidas.
“Estamos em condições operacionais de em conjunto com as tropas portuguesas, ou com outras, participarmos em operações de apoio à paz, independentemente das condições político-militares do país em conflito”, garantiu o ministro, que também se mostrou satisfeito pelo facto de Portugal se ter mostrado disposto a cooperar com Angola na protecção e defesa dos sistemas de informação, tecnológicos e das infraestruturas.
O ministro da Defesa Nacional lembrou que, desde 1996, a cooperação técnico-militar entre os dois países se tem desenvolvido quase todas as áreas, salientando que as relações de cooperação e amizade, não obstante algumas “incompreensões e dificuldades”, são “excelentes” e com perspectivas de serem cada vez mais aprofundadas.
O ministro português da Defesa disse que através do Programa-Quadro ontem assinado pode ser desenvolvida uma cooperação militar em vários sectores, que beneficie de forma recíproca os dois Estados.