Israel realiza novo ataque à Faixa de Gaza
Acção do Exército israelita acontece no dia em que países da Liga Árabe se encontravam reunidos e no início do Ramadão
O Exército israelita voltou a bombardear ontem posições do Hamas na Faixa de Gaza, no mesmo dia em que os árabes e muçulmanos deram início ao Ramadão (mês de jejum), e quando os dois lados parecem voltar a enfrentar-se após a violência registada na passada segunda-feira.
O Exército israelita voltou a bombardear ontem posições do Hamas na Faixa de Gaza, no mesmo dia em que os árabes e muçulmanos deram início ao Ramadão (mês de jejum), e quando os dois lados parecem voltar a se enfrentar após a violência registada na segunda-feira.
Aviões israelitas bombardearam sete alvos na Faixa de Gaza, anunciou o Exército, que alegou responder a disparos contra soldados posicionados ao longo da fronteira com o território, mas também a ataques com metralhadoras que, excepcionalmente, atingiram na quartafeira a pequena cidade israelita de Sderot.
Uma calma relativa retornou à Faixa de Gaza depois das mortes de quase 60 palestinianos na segunda-feira, durante manifestações e confrontos que coincidiram com a inauguração em Jerusalém da nova embaixada norteamericana em Israel, uma das promessas de campanha mais polêmicas do Presidente Donald Trump.
Mas os tiros esporádicos e a resposta israelita mostram que a situação continua tensa na região.
Por isso, os ingredientes estão preparados para novos confrontos entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, que mantém desde 2014 um frágil cessar-fogo em Gaza.
Apoio dos EUA
Israel é desde segunda-feira alvo de uma onda de críticas, condenações e pedidos de investigação independente sobre os acontecimentos na Faixa de Gaza. Mas o país recebeu o apoio inflexível dos Estados Unidos, que vetou uma declaração do Conselho de Segurança da Nações Unidas para pedir uma investigação.
Israel reafirma que os grandes protestos, iniciados pelos moradores de Gaza há mais de seis semanas e que terminou com o banho de sangue de segunda-feira, f oram organizados pelo Hamas, movimento contra o qual travou três guerras desde 2008.
O Hamas declarou apoiar a mobilização, mas referiu que o movimento de protesto nasceu da sociedade civil e era pacífico.
Para os israelitas, o Hamas utilizou os protestos populares como uma cobertura para tentar atacar Israel, estimulando os manifestantes, incluindo mulheres e crianças, a arriscarem as vidas ao longo da fronteira. O conselheiro para Relações Exteriores do Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, Nabil Shaath, pediu aos países árabes, reunidos em cimeira ministerial da Liga Árabe no Cairo, que interrompam relações com a Guatemala, o Paraguai e outros países que transferirem as e embaixadas para Jerusalém.
Shaath disse em entrevista à emissora “Voz da Palestina” que entende que os países árabes não possam fechar as Embaixadas em Washing- ton ou expulsar os embaixadores norte americanos dos seus países pela grande influência dos EstadosUnidos “na sua economia, relações militares e petrolíferas”.
Mas insistiu que “tem de haver uma firme posição em relação à Guatemala, que transferiu a Embaixada” de Telavive para Jerusalém e ao Paraguai, “que ameaça” fazer o mesmo.
Shaath realçou a necessidade de se tomarem decisões o mais rápido possível para se pôr em prática “uma guerra política, económica e diplomática contra qualquer nação que transfira a Embaixada para Jerusalém”. Além disso, disse que os países árabes podem enfrentar economicamente a Guatemala, por exemplo, com a interrupção da venda de cardamomo, especiaria da qual são os maiores consumidores.
A inauguração da Embaixada da Guatemala em Jerusalém teve lugar quarta-feira, com a presença do Presidente guatemalteco, Jimmy Morales, e do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e dois dias depois da inauguração da sede diplomática dos Estados Unidos.
O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, também proferiu duras palavras contra a Guatemala e Morales. “O presidente da Guatemala orgulha-se em deixar claro que o seu Governo viola as obrigações internacionais, da mesma forma que apoia as violações israelitas contra o povo palestiniano”, ao qual insultou ao apoiar “as políticas de colonização e deslocamento forçado de população” palestina, refere num comunicado.
Israel reafirma que os grandes protestos, iniciados pelos moradores de Gaza há mais de seis semanas e terminaram com o banho de sangue de segunda-feira, foram organizados pelo Hamas