Presidente da República confirma a vinda do Primeiro-Ministro português a Luanda
Diplomacias de Angola e Portugal trabalham na organização de visitas de alto nível, que marcam uma nova era nas relações bilaterais. O Chefe de Estado lembrou que os dois países têm relações de amizade profundas e trocas comerciais consideráveis
O Presidente da República, João Lourenço, confirmou ontem a vinda a Luanda, brevemente, do Primeiro-Ministro português, António Costa, para relançamento da cooperação bilateral. O assunto está a ser organizado pelas respectivas diplomacias.
Ao discursar na tomada de posse de Carlos Alberto Fonseca, como novo embaixador de Angola em Portugal, o Presidente João Lourenço lembrou a importância da cooperação com Portugal e sublinhou que é obrigação das partes trabalharem no sentido de fazer com que as relações sejam cada vez mais profundas e beneficiem cada vez mais o i nteresse de ambos os países.
“As relações entre homens, instituições e países podem conhecer momentos altos e momentos baixos”, afirmou o Presidente João Lourenço, acrescentando que os dois países têm “relações de amizade profundas, laços culturais, relações históricas seculares, trocas comerciais consideráveis”.
O Presidente da República acredita que o trabalho de Carlos Alberto Fonseca está facilitado, porque “há vontade política entre os líderes de ambos os países”.
Com mais de 25 anos de diplomacia, Carlos Alberto substitui José Marcos Barrica, exonerado por decreto presidencial a 23 de Abril e que esteve à frente da missão de Angola em Portugal durante nove anos.
A tomada de posse ocorre quase uma semana depois do Tribunal da Relação de Lisboa ter decidido enviar o processo que envolve o exVice-Presidente angolano Manuel Vicente para julgamento em Luanda, pondo fim a um mal-estar nas relações entre os dois países. Logo depois, os dois Presidentes conversaram por telefone e felicitaram-se mutuamente pelo desfecho positivo do caso.
Ontem, o Presidente João Lourenço, que não se referiu directamente ao “Caso Manuel Vicente”, sublinhou o respeito às normas das relações internacionais entre os países, respeito à soberania de cada um e os acordos assi- nados voluntariamente. “As nossas diplomacias têm agora o trabalho de organizarem as visitas de alto nível, que devem acontecer proximamente, sendo primeiro a visita do Primeiro-Ministro português a Angola e, de seguida veremos as visitas que se seguem”, disse o Chefe de Estado, numa cerimónia testemunhada pelo VicePresidente da República, Bornito de Sousa, ministros e auxiliares do Presidente da República.
Carlos Alberto da Fonseca jurou, diante dos presentes e à nação combater a corrupção e o nepotismo, além de se abster de práticas e actos que lesem os interesses do Estado, sob pena de serem responsabilizados civil e criminalmente. Nas suas primeiras declarações à imprensa, depois da posse, o diplomata lembrou que, depois do encerramento de um capítulo menos bom na relação entre os dois países, abre-se uma nova era na cooperação, que tem tudo para ser positivo. “Os dois países vão pôr em evidência todas as potencialidades que existem, de amizade e cooperação mutuamente vantajosas”, disse para, acrescentar que as relações entre Angola e Portugal “são ancestrais e tão profundas”.
Presidente da República acredita que o trabalho de Carlos Alberto Fonseca está facilitado, porque “há vontade política entre os líderes de ambos os países
Carlos Alberto Fonseca, 61 anos, tem mais de 25 de diplomacia. Formado em Direito, já foi director jurídico e consular do Ministério das Relações Exteriores, além de conselheiro económico em França. Antes de ser nomeado embaixador de Angola em Portugal, Carlos Alberto Fonseca era secretário do Presidente João Lourenço para Assuntos Diplomáticos e Cooperação Internacional, depois de ter sido assessor do Presidente José Eduardo dos Santos, desde 2000.