Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- MARGARIDA LUCAS Maianga JÚLIO NARCISO Cassequel

Empresas e desemprega­dos

Soube há tempos , por via de um jornal nacional, que há no país dois milhões de desemprega­dos e cerca de oitocentas empresas falidas . Estes dados foram fornecidos por um sindicado que já tem vários anos de existência. Penso que o Governo deve fazer alguma coisa para reduzir a taxa de desemprego e criar incentivos para que muitas empresas voltem a abrir as suas portas. O desemprego gera muitos problemas de ordem social. O Governo deve estabelece­r como uma das suas principais prioridade­s, o combate ao desemprego para evitar por exemplo um aumento da criminalid­ade. Acho que o governo deve dialogar mais com os sindicatos no âmbito da concertaçã­o social. Acredito que os sindicatos podem dar grandes contribuiç­ões para a resoluções de muitos problemas de ordem económica e social. Não é sensato subestimar os sindicatos. Deve haver por parte do Governo abertura para receber subsídios das organizaçõ­es sindicais, que também têm ideias sobre muitos problemas que afectam o país, em particular a vida dos trabalhado­res.

Liberdade de expressão

Tenho notado que nos últimos tempos as pessoas emitem sem qualquer receio as suas opiniões por via da comunicaçã­o social, abordando diversos assuntos e fazendo críticas ao que vai mal no nosso país. Há quem ainda não está preparado para viver no novo ciclo que estamos a viver e acha que há agora "liberdade a mais" no país. Angola é de todos os angolanos, e todos os cidadãos têm o direito de participar­em, de algum modo, na vida politica do país. Os governante­s devem desencoraj­ar todos os actos que possam pôr em causa a liberdade de expressão no nosso país. Há quem no país não consiga viver num contexto de diversidad­e de ideias. Quem está no poder deve estar atento a actos que ponham em causa a liberdade de expressão dos cidadãos. Que se acabem com práticas destinadas a intimidar pessoas que tenham ideias contrárias a quem está no poder. Somos uma sociedade com mi- lhões de pessoas e não vale a pena pensar que vamos todos nós, milhões de angolanos, pensar da mesma maneira. É normal em democracia que haja angolanos que não concordem com esta ou aquela opções do Governo. Que o actual Executivo preserve o actual clima de abertura, para permitir que os angolanos de todos os estratos sociais se possam pronunciar e ajudar o país a progredir. Temos de trabalhar no sentido de sermos permanente­mente uma sociedade aberta, em que ninguém tenha medo de apontar erros dos que foram eleitos pelo povo. Todos têm o direito de criticar os erros daqueles que foram eleitos para exercer o poder . Angola optou por um regime democrátic­o, não se devendo pertimitir que pessoas com responsabi­lidades ao nível do Estado estejam a a praticar actos lesivos da democracia. Há muita gente que não está preparada para viver em democracia e que só se preocupa em impedir que as pessoas se exprimam livremente . Os governante­s só melhoram o que está mal se souberem também ouvir vozes críticas.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola