Polícia apreende motores e acessórios de ocasião
A Polícia Fiscal apreendeu, no posto fronteiriço do Nóqui, província do Zaire, 57 motores de veículos usados, 12 caixas de velocidade de carros top de gama e 3.805 telemóveis com respectivos acessórios, pertença de cidadãos congoleses, quando tentavam transpor à zona aduaneira para o município de Mbanza Congo.
Além do negócio de motores de ocasião, os cidadãos congoleses dedicam-se igualmente a importação ilegal de medicamentos de fabrico duvidoso, para a comercialização em Angola.
Nesta acção, a Polícia Fiscal confiscou também 105 volumes de medicamentos diversos, entre antipalúdicos, antibióticos, analgésicos, incluindo material gastável nomeadamente seringas, adesivos e algodão.
As circunstâncias da apreensão dos artigos que tinham como destino os mercados dos Kwanzas e Kikolo, em Luanda, aconteceram numa altura em que os utentes das mercadorias tentavam transpor a fronteira entre a RDCongo e Angola, com destino à província angolana do Zaire, tida como zona trampolim para outras regiões do país.
A Polícia Nacional alega que a mercadoria em causa, não tinha sido declarada no manifesto, motivo pelo qual, elas foram apreendidas.
Da mercadoria apreendida consta ainda produtos agrí- colas, nomeadamente, abóbora, muteta e jinguba, usadas para ludibriar as autoridades policiais destacadas na fronteira e facilitar a passagem dos produtos mais lucrativos.
Outros produtos alimentícios como peixe fumado e salgado, incluindo roupa usada e cabelo postiço fazem também parte do lote de mercadoria apreendido.
O acompanhante da carga, Nzuzi Sunda, 35 anos, explicou ao JornaldeAngola que os proprietários dos artigos apreendidos residem na capital congolesa, Kinshasa, onde ensaiam todos mecanismos do negócio, “para depois da venda em Luanda, fazer-se o retorno do dinheiro àquele país”.
“Da RDC enviam para Luanda, os artigos, para serem vendidos e depois das vendas os cidadãos ali instalados depositam os valores monetários nos canais apropriados em Kinshasa”, disse a fonte.
O comandante da Políca Fiscal no Zaire, Moniz Manuel afirmou que os 57 motores de automóveis apreendidos podem vir a ser incinerados e os telemóveis leiloados.
Moniz Manuel explicou que a apreensão foi possível, depois de submeter o camião à inspecção das cargas transportadas. A mesma derivou de um processo que exigiu pagar estivadores para retirar os sacos de 150 quilógramas de mercadorias declaradas.