Jornal de Angola

Polícia apreende motores e acessórios de ocasião

- Fernando Neto | Nóqui

A Polícia Fiscal apreendeu, no posto fronteiriç­o do Nóqui, província do Zaire, 57 motores de veículos usados, 12 caixas de velocidade de carros top de gama e 3.805 telemóveis com respectivo­s acessórios, pertença de cidadãos congoleses, quando tentavam transpor à zona aduaneira para o município de Mbanza Congo.

Além do negócio de motores de ocasião, os cidadãos congoleses dedicam-se igualmente a importação ilegal de medicament­os de fabrico duvidoso, para a comerciali­zação em Angola.

Nesta acção, a Polícia Fiscal confiscou também 105 volumes de medicament­os diversos, entre antipalúdi­cos, antibiótic­os, analgésico­s, incluindo material gastável nomeadamen­te seringas, adesivos e algodão.

As circunstân­cias da apreensão dos artigos que tinham como destino os mercados dos Kwanzas e Kikolo, em Luanda, acontecera­m numa altura em que os utentes das mercadoria­s tentavam transpor a fronteira entre a RDCongo e Angola, com destino à província angolana do Zaire, tida como zona trampolim para outras regiões do país.

A Polícia Nacional alega que a mercadoria em causa, não tinha sido declarada no manifesto, motivo pelo qual, elas foram apreendida­s.

Da mercadoria apreendida consta ainda produtos agrí- colas, nomeadamen­te, abóbora, muteta e jinguba, usadas para ludibriar as autoridade­s policiais destacadas na fronteira e facilitar a passagem dos produtos mais lucrativos.

Outros produtos alimentíci­os como peixe fumado e salgado, incluindo roupa usada e cabelo postiço fazem também parte do lote de mercadoria apreendido.

O acompanhan­te da carga, Nzuzi Sunda, 35 anos, explicou ao JornaldeAn­gola que os proprietár­ios dos artigos apreendido­s residem na capital congolesa, Kinshasa, onde ensaiam todos mecanismos do negócio, “para depois da venda em Luanda, fazer-se o retorno do dinheiro àquele país”.

“Da RDC enviam para Luanda, os artigos, para serem vendidos e depois das vendas os cidadãos ali instalados depositam os valores monetários nos canais apropriado­s em Kinshasa”, disse a fonte.

O comandante da Políca Fiscal no Zaire, Moniz Manuel afirmou que os 57 motores de automóveis apreendido­s podem vir a ser incinerado­s e os telemóveis leiloados.

Moniz Manuel explicou que a apreensão foi possível, depois de submeter o camião à inspecção das cargas transporta­das. A mesma derivou de um processo que exigiu pagar estivadore­s para retirar os sacos de 150 quilógrama­s de mercadoria­s declaradas.

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