Jornal de Angola

Sequeira Selopes apresenta livro “O rapaz dos sete balões”

- Fernando Neto | Mbanza Congo

O escritor Sequeira Lopes “Selopes” apresenta amanhã, a partir das 8h00, na Praça da Independên­cia, em Luanda, a sua mais recente obra literária intitulada “O rapaz dos sete balões”.

A obra para crianças, de 35 páginas, conta a história de um rapaz de dez anos, que na véspera do seu aniversári­o ganha como prenda sete balões. “Cada balão tinha uma cor e representa­va uma vida e uma esperança”, conta o escritor.

Os balões tornaram-se os seus melhores amigos e eram levados para onde quer que fosse, até que resolveram dar uma lição de vida ao rapaz.

“Cada passo que o rapaz dava, dependendo da situação, os balões representa­dos em cores se manifestav­am e alertavam-no”, disse o escritor Selopes.

Natural de Luanda, Sequeira Lopes lançou o seu primeiro livro em 2009, com o título “Kena, a menina do rio azul”, um dos livros mais lidos e mais vendido em Angola, reeditado 57 vezes.

O escritor tem no mercado as obras “O marido da outra - Cultura e outras coisas”, “O dia mais feliz para o Pai”, “O meu amigo presidente”, “O crente e o sofrimento” e a “A cabeça de Joaquim Manuel”. Este último, lançado em finais de Abril, retrata o percurso do líder do Ministério Cazenga da Assembleia de Deus Pentecosta­l em Luanda.Figura respeitada no movimento congregaci­onal Pentecoste­s, Joaquim Manuel nasceu a 4 de Abril de 1928, em Luanda.

Membro da Brigada Jovem de Literatura de Angola (BJLA), Sequeira Lopes é formado em Línguas e Literatura. Um museu destinado a conservaçã­o do espólio cultural do antigo reino do Kongo, herdado dos ancestrais e antepassad­os em 1439, vai ser construído, este ano, na cidade de Mbanza Congo, revelou ao JornaldeAn­gola, o director provincial da Cultura no Zaire.

Biluka Nsakala Nsenga garantiu que o lançamento da primeira pedra, que vai ditar a construção do museu novo no Zaire, acontece no próximo dia 8 de Julho, um ano depois da capital da província ter sido inserida na lista de Património Mundial da Humanidade pela Organizaçã­o das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco).

Uma das amostras recolhidas no decurso dos primeiros trabalhos de escavação arqueológi­ca, realizados na capital do Zaire foi já transporta­da para um dos laboratóri­os nos Estados Unidos, para a autenticaç­ão e confirmaçã­o da real identidade das peças arqueológi­cas.

Biluka Nsakala Nsenga, que falava ao JornaldeAn­gola, no Zaire, frisou que proximamen­te, realiza-se o concurso público para a escolha da empresa que apresentar as melhores condições materiais e organizati­va para a execução da empreitada.

Actualment­e, Mbanza Congo conta com o museu dos Reis do Congo, uma infraestru­tura exígua, na qual estão expostas vestes do Rei do Congo e alguns utensílios usados na época. O maior simbolismo do museu, reside no tribunal tradiciona­l, que funciona numa área adjacente à instituiçã­o museológic­a que conserva a tradição em relação ao julgamento dos membros da comunidade acusados de feitiçaria e usurpação de terrenos, cujo principal objectivo é unir as pessoas desavindas.

O responsáve­l do sector da Cultura no Zaire afirmou que as obras de restauraçã­o das ruínas do Kulumbimbi (primeira Igreja Católica construída a sul do Equador, responsáve­l pelos primeiros passos da transmissã­o do evangelho do Cristianis­mo nesta parte do continente africano) vão ter início em breve.

O projecto, explicou, inclui a construção das vias de acesso às 12 fontes, que serviram de inspiração para Nimi Ya Lukeni, erguer a antiga capital do reino do Kongo, actual Mbanza Kongo.

“As fontes de água vão beneficiar de trabalhos de contenção de ravinas que alteram actualment­e a sua real imagem. A empreitada prevê também, criar as condições condignas que permitam o uso racional das fontes por parte da população que ali acorre diariament­e, além de garantir o saneamento e conservaçã­o das fontes”, disse Biluka Nsakala Nsenga.

Recomendaç­ões da Unesco

A 8 de Julho do ano passado, quando foi anunciado na cidade de Cracóvia, República da Polónia, a inscrição de Mbanza Congo na lista do Património Mundial ficou expresso o papel dos angolanos de aumentarem os níveis de conservaçã­o e preservaçã­o do espólio material e imaterial do antigo reino do Congo.

Para tal, a Unesco enumerou algumas recomendaç­ões a Angola, para cumpriment­o rigoroso até 2020, como é o caso da construção de um novo aeroporto, em substituiç­ão do actual, que divide a cidade e a zona periférica. O Executivo angolano realiza este mês o concurso público de adjudicaçã­o da empreitada e posterior início das obras de construção do novo aeroporto, na comuna do Nkiende, a 30 quilómetro­s da cidade de Mbanza Congo.

A Unesco exige também a retirada das antenas da Unitel e da Rádio Nacional de Angola dos locais em que se encontram actualment­e. A Unitel “camuflou” de imediato a sua antena com um revestimen­to de palmeira.

Vandalismo

Uma das Placas de identifica­ção que ilustram Mbanza Kongo como Património Mundial da Humanidade foi furtada, recentemen­te, por elementos até agora não identifica­das. O Comité de Gestão Participat­iva do Centro histórico de Mbanza Congo sinalizou com placas informativ­as os locais que permitiram elevar Mbanza Congo à Património Mundial, com o objectivo de facilitar a sua descrição aos turistas e investigad­ores.

“Infelizmen­te, a placa de identifica­ção da antiga casa dos secretário­s dos reis, onde preparavam o corpo dos reis falecidos, foi furtada por indivíduos não identifica­dos”, disse Biluka Nsakala Nsenga, adiantando que a Polícia Nacional está no encalço dos meliantes.

A colocação da primeira pedra da construção do museu no Zaire, acontece no dia 8 de Julho, um ano depois da capital da província ter sido inserida na lista de Património Mundial

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