Novas apostas na refinação impulsionam a diversificação
Conselho Consultivo do Ministério da Indústria realizado ontem, no Sumbe, recomendou acções institucionais e empresariais nos domínioos dos hidrocarbonetos, exploração de minérios, agro-indústria e pescas
O Ministério da Indústria decidiu impulsionar um processo de diversificação económica assente no sector da refinação de hidrocarbonetos, entre as recomendações emitidas no fim do Conselho Consultivo realizado ontem, no Sumbe.
A medida, adoptada pelos participantes, considera que há um conjunto de produtos intermédios da indústria petroquímica que podem ser incorporados em outros processos industriais, dentre outros os da exploração de gás e de fertilizantes.
Nessa perspectiva, está a previsão da abertura de novas explorações de minérios, com o relançamento da extracção de ferro - sujeita a investimentos limitados pelos preços baixos no mercado internacional -, no sentido da consolidação do sector siderúrgico.
Num outro momento, foi adoptada a ideia de se inverter o modelo de negócio de rochas ornamentais pela redução da comercialização de blocos em pedra nos mercados externos, dando-se preferência aos produtos transformados e de maior valor económico.
Há um conjunto de produtos intermédios da indústria petroquímica que podem ser incorporados em outros processos industriais
Outros sectores com elevado potencial são o da agroindústria e o da indústria pesqueira, para os quais foram recomendados processos de modernização, no domínio da agricultura, para elevar a competitividade e os indicadores de produção por hectare e estimular a produção nacional de cereais, oleaginosas e de bens essenciais para o consumo interno e exportação.
Nas pescas, foi considerado que o sector industrial absorva os excedentes, para garantir a durabilidade das transacções, com a transformação do pescado para consumo por meio da salga, secagem e congelação.
O incremento da produção do sal para o desenvolvimento de outras indústrias e a garantia do abastecimento do pescado à indústria constam, também, entre as recomendações do Conselho Consultivo.
O Ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, considerou, na abertura da reunião, ser neces- sária uma relação de complementaridade estratégica entre o Estado e o sector privado, para o sucesso da estratégia de dinamização das cadeias produtivas.
Manuel Nunes Júnior declarou que a visão do Governo assenta em que, na nova dinâmica de estruturação das cadeias produtivas, o papel do investimento publico é de criar as condições necessárias para uma melhor operação e elevação dos níveis de eficiência do investimento privado.
Isso viabiliza as aspirações do Governo e da população de promover uma industria nacional capaz de transformar “a riqueza potencial do país, em riqueza real”, de “garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos angolanos” com investimentos públicos bem direccionados e focados na produtividade e no crescimento do sector privado.
Outro passo importante para se cumprir a estratégia do Governo é obter uma “imperiosa transferência” de tecnologia e de conhecimentos no mercado internacional. “Os países que beneficiaram da revolução industrial prosperaram porque expandiramse pelo mundo, através da transmissão da tecnologia e das ideias que lhes deram suporte”, notou o ministro.
Isso, sublinhou Manuel Nunes Júnior, só se consegue com a criação de um ambiente institucional adequado, para a devida absorção desses bens.
O Encontro decorreu sob lema “Aproveitamento e valorização das matériasprimas nacionais para o adensamento das cadeias produtivas” e estabeleceu um debate sobre a elaboração de projectos exequíveis para a formação de uma indústria mais dinâmica e capaz de contribuir para a qualificação dos trabalhadores, com impacto na melhoria da produtividade das empresas.