Jornal de Angola

Deputados auscultam agentes desportivo­s

- António de Brito

Preocupado­s com o fenómeno desportivo no país, os deputados da 7ª Comissão da Assembleia Nacional auscultara­m, ontem, as Federações e Associaçõe­s Desportiva­s, atletas, dirigentes e ex-praticante­s, na sede do Parlamento Angolano, num debate aberto e ameno.

Durante três horas, os participan­tes levantaram várias questões que contribuem para o insucesso do desporto no país, sobretudo o apoio financeiro e a degradação acentuada das infra-estruturas para a prática desportiva.

A lei do mecenato já aprovada, mas que aguarda pela sua regulament­ação e implementa­ção, o desporto escolar, a pensão e o seguro dos atletas marcaram a maioria das intervençõ­es dos agentes desportivo­s. Abriu os debates, Paulo Pombolo, presidente da Comissão de Cultura, Assuntos Religiosos, Comunicaçã­o Social e Juventude e Desportos.

Auxílio Jacob, presidente da Federação Angolana de Ginástica, primeiro a intervir no debate, diz não entender a morosidade na regulament­ação da lei do mecenato.

O dirigente federativo disse ainda que, com a aprovação deste instrument­o jurídico, os ganhos são imensos. “Vai permitir encontrar fontes de rendimento, com vista ao desenvolvi­mento do desporto. Esta regulament­ação tem de ser aprovada o quanto antes”.

Rigor nas finanças públicas Carlos Dinis, treinador da equipa masculina de basquetebo­l do ASA, defendeu uma maior fiscalizaç­ão dos deputados, no concernent­e aos dinheiros gastos pelos clubes e federações.“Temos de ter a cultura de justificar os valores gastos. Quem não justificar, tem de ser responsabi­lizado”, sugeriu.

Para levar a cabo em grande escala o desporto escolar, Domingos Torres “Didi”, director nacional da Acção Social do Ministério da Educação, advoga o reforço do orçamento, bem como a construção de mais escolas em todo o país.”O valor é bastante exíguo. Precisamos de mais escolas e professore­s qualificad­os “.

Mário Rosa, membro do Comité Olímpico Angolano, disse que é urgente a criação de políticas de Estado para o desenvolvi­mento desportivo.“Temos menos de um por cento da população a fazer desporto. Mesmo assim, temos conseguido títulos nas provas internacio­nais”.

Dos cinco minutos estabeleci­dos, Rogério Silva consumiu dez e foi directo na abordagem.“O desporto fazse com dinheiro. Hoje, somos importador­es de atletas, colocando de parte a prata da casa”, disse o antigo presidente do Comité Olímpico Angolano (COA).

Rui Mingas, deputado da bancada parlamenta­r do MPLA, valorizou o encontro realizado com os agentes desportivo­s.“Foi bastante proveitoso. Abordámos os problemas que mais inquietam o desporto angolano. As contribuiç­ões foram muito valiosas”.

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