Aviadores e católicos ambicionam regresso urgente
Os dirigentes do ASA e do Santa Rita de Cássia, José Kilamba e Nzolani Pedro, respectivamente, assumem o desejo de voltar a disputar a próxima edição do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, Girabola.
A intenção foi manifestada pelos dois responsáveis, em declarações ao Jornal de Angola, após a realização do sorteio do Campeonato Nacional de Futebol da Segunda Divisão, realizado quarta-feira na sede da Federação Angolana de Futebol (FAF na urbanização Nova Vida), em Luanda.
O director técnico dos aviadores afirmou ter já traçado estratégias, visando os desafios a serem disputados ao longo do campeonato, e realçou que a equipa está a trabalhar muito e com os pés bem assentes para voltar, quanto mais cedo à primeira divisão. “Mas, para alcançarmos rapidamente este feito, temos de trabalhar em conjunto neste sentido, para o ASA voltar a escrever o seu nome na história do futebol em Angola”.Por sua vez, Nzolani Pedro, número um da equipa do Santa Rita de Cássia, assegurou que ambiciona ascender no Girabola, organizado e com dinamismo em todos os aspectos. “Para alem do nível de exigência do povo do Uíge, na intenção de ter um representante na primeira divisão, o Santa Rita de Cássia está preparado e garanto que vamos chegar lá, com maior ou menor dificuldade”, afirmou o dirigente.
O Zonal de apuramento para o próximo Girabola começa a ser disputado no dia 9 de Junho, com a participação de 13 equipas, repartidas em duas séries.
A série A é composta pelas equipas do ASA, Santa Rita de Cássia, União do CuanzaNorte, Real Mbuco de Cabinda, Mpata Aponto do Bengo, São Salvador do Zaire e o vencedor do jogo ASK Dragões- Maquela do Zombo, que disputam entre si a segunda vaga da província do Uíge.
Na série B estão perfiladas as equipas do Jakson Garcia de Benguela, Ferroviário do Huambo, Sporting de Benguela, Bikuku FC da Lunda Sul, Sporting do Bié e Augusto Kafalango do Cunene. Kabuscorp do Palanca e Petro de Luanda jogam hoje, às 17h30, no Estádio Nacional 11 de Novembro, focados no controlo da segunda posição do Campeonato Nacional de Futebol, Girabola, ocupada pelo 1º de Agosto, em igualdade pontual com a equipa tricolor.
Separados por três posições na tabela classificativa, Kabuscorp, sexto, 19, e Petro, terceiro, 21, disputam mais um número de uma partida com história de rivalidade, apesar do surgimento recente do clube de Bento Kangamba que, depois de provar a fúria da veia goleadora dos petrolíferos, estabeleceu uma relação de total equilíbrio no confronto directo.
Pela extensão do palmarés, 15 troféus conquistados no Girabola, contra um do adversário, o Petro seria facilmente apontado como favorito de peito feito à conquista dos três, prognóstico desaconselhado pela emancipação competitiva do Kabuscorp do Palanca, por ter evoluído do nível de animador da prova para a dimensão de concorrente com legítimas aspirações no topo, não obstante o facto de no capítulo organizativo ter perdido o rasto do crescimento competitivo.
É, à partida, um bom pretexto para que o público de bancadas vazias, a nova imagem dos recintos desportivos em Luanda, dê lugar à presença de adeptos fervorosos no apoio aos craques dos seus clubes, em oposição ao quadro desagradável até aos olhos da esmagadora maioria que prefere seguir pela televisão, no conforto do sofá.
O argumento da deficitária cobertura da rede de transportes públicos é esvaziado pela iniciativa da empresa TCUL, com a criação de rotas especiais para o estádio e regresso ao ponto de partida. Quanto ao quesito qualidade, o Kabuscorp-Petro deste fim de tarde, princípio de noite, é um prato cheio, visto não faltarem talentos para o regalo dos adeptos.
Craques à solta
Na equipa do bairro Palanca, orientada por Sérgio Traguil, treinador que superou o “cabo das tormentas”, entenda-se a parte baixa da classificação, em duas ocasiões, por falta de consistência competitiva, primeiro, e penalização imposta pela FIFA, depois, Doutor Lami, sobrevivente do plantel campeão às ordens de Edouard Antranik, é atractivo bastante para chamar o público, sobretudo agora que assinala a subida de forma, melhoria registada nos últimos dois jogos, lançado do banco de suplentes.
Os petrolíferos respondem com Ricardo Estêvão Job, hoje um dos decanos da competição, cujos registos são pautados pela apurada capacidade técnica, utilizada em proveito do colectivo, desde a chegada de Roberto Bianchi. A acção individual passou a ser um recurso na procura de caminhos para assistir os colegas, nomeadamente Tiago Azulão, finalizador que regressa aos campos, após ter estado dois jogos ausente, por lesão.
Outros artistas servem de chamariz à presença dos adeptos. Nelito e Calero, ambos identificados com o golo, são trunfos a serem lançados no Kabuscorp do Palanca, quando no Petro de Luanda se destacam Wilson, no comando da defesa, Herenilson e Carlinhos, médio que finalmente reencontrou o prazer de jogar.
Uma eventual vitória coloca os anfitriões apenas mais próximos do Interclube, na liderança, ao passo que os visitantes, se fizerem contas com o sucesso no outro jogo por disputar, frente ao Sporting de Cabinda, assumem o comando e ficam à espera do desempenho do arqui-rival 1º de Agosto, já a partir de amanhã, em Benguela, diante do 1º de Maio.
Os ingredientes reunidos pelas equipas, que no 22º jogo entre si apresentam um histórico de oito vitórias e 24 golos para o Kabuscorp, contra seis triunfos e 22 tentos do Petro, com sete empates, sendo o mais recente registado na segunda volta do Girabola passado, 1-1, mostram que estão criadas as condições para mais uma boa propaganda do futebol angolano, num casamento entre o espectáculo no relvado e o calor do público nas bancadas. Neste particular, os adeptos da formação do Palanca são campeões destacados.