Diplomacia concerta acções
Reunião de diplomatas ocorre numa altura em que se registam alterações na diplomacia angolana, com encerramento de algumas missões diplomáticas consulares e a aposentação de vários embaixadores
O Ministério das Relações Exteriores realiza quarta-feira, em Luanda, uma reunião com todos os embaixadores e chefes de missões diplomáticas e consulares de Angola espalhadas pelo mundo, para avaliar o trabalho desenvolvido e perspectivar acções político-diplomáticas e de cooperação internacional. A reunião, com a duração de três dias, será a primeira do novo Governo liderado pelo Presidente João Lourenço. No discurso de investidura, a 26 de Setembro do ano passado, o Presidente João Lourenço falou da necessidade de se reanalisar o papel a assumir por Angola na actual conjuntura regional e internacional. Areunião de quarta-feira ocorre numa altura em que se registam alterações na diplomacia angolana, com ênfase para o encerramento de algumas missões diplomáticas e consulares e a passagem à reforma de vários diplomatas.
O Ministério das Relações Exteriores realiza quartafeira, em Luanda, uma reunião com todos os embaixadores, chefes de missões diplomáticas e consulares de Angola espalhadas pelo mundo, para avaliar o trabalho desenvolvido e perspectivar acções político-diplomático e de cooperação internacional.
A reunião, que é a oitava anual, tem a duração de três dias e é a primeira do novo governo liderado pelo Presidente João Lourenço, que defende uma diplomacia económica, focada na atracção de investimento privado para o país e na exportação dos produtos locais.
O Executivo defende a manutenção de relações de amizade e cooperação com todos os povos do mundo, na base dos princípios de não ingerência nos assuntos internos e da reciprocidade de vantagens, cooperando com todos os países para a salvaguarda da paz, da justiça e do progresso da Humanidade.
A diplomacia económica é das principais vertentes da política externa de Angola, ao nível económico e comercial bilateral, regional e multilateral, ou na promoção da imagem do país no exterior
No seu discurso de investidura, o Presidente João Lourenço falou da necessidade de “reanalisar o papel a assumir por Angola na actual conjuntura regional e internacional, dando primazia aos contactos com os parceiros interessados, reforçando a participação das representações diplomáticas angolanas na captação do investimento estrangeiro e na promoção do acesso ao conhecimento científico, técnico e tecnológico, contribuindo para que os empresários e industriais angolanos estejam mais presentes em África, com uma maior aposta no comércio regional e na produção interna para exportação”.
Quanto à diplomacia económica, o Presidente da República disse que é uma das mais importantes vertentes da política externa de Angola, “quer ao nível estritamente económico e comercial do relacionamento bilateral, regional e multilateral, quer na promoção da imagem do país no exterior, tanto de expectativa da exportação de bens e serviços, como na captação de investimento directo estrangeiro”.
O Presidente João Lourenço defende, igualmente, a inserção de Angola no mundo, através do aprofundamento das relações bilaterais e multilaterais com todos os países, o reforço da cooperação científica e técnica para o desenvolvimento e o contributo para a eliminação de focos de tensão e de conflitos na região, em África e no mundo. “Não posso deixar de mencionar aqui a nossa solidariedade para com outros povos, mas sem nos esquecermos da diáspora angolana, que merece uma atenção maior e cuja importância para o desenvolvimento do nosso país tem de ser levada em consideração”, disse o Chefe de Estado, que defende a necessidade de Angola manter o seu papel de actor importante na manutenção da paz na sua sub-região, actuando de maneira firme nas organizações das quais faz parte.
Alterações na diplomacia
A reunião de quarta-feira ocorre numa altura em que se regista alterações na diplomacia angolana, com ênfase para o encerramento de algumas missões diplomáticas consulares e a aposentação de vários diplomatas.Uma proposta de racionalização das missões diplomáticas angolanas recomendava, em Janeiro, a extinção de nove embaixadas, 18 consulados e 10 representações comerciais. Em Março, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, confirmou apenas que já tinha a lista das missões a encerrar, no âmbito do redimensionamento do sector.
O Jornal de Angola sabe, igualmente, que muitos diplomatas estão a aderir voluntariamente à reforma laboral, depois de décadas ao serviço, enquanto outros, apesar da idade avançada, estão renitentes e pretendem permanecer à frente de alguns postos. Outro assunto que antecede à reunião dos embaixadores, é o incidente que fez com que Angola estivesse representada em Jerusalém na cerimónia do aniversário do Estado de Israel e que se confundiu com a transferência da Embaixada dos Estados Unidos da América de Telavive, uma situação incómoda para o país, que defende a soberania do povo palestiniano e mantém a sua missão diplomática na capital israelita, tendo como embaixador Feliciano António dos Santos.
O Governo angolano, através do MIREX, fez sair um comunicadoondecondenaaviolência de Israel contra a população palestiniana, na Faixa de Gaza, o que motivou um protesto de Israel, cujo embaixador se deslocou pessoalmente à redacção do Jornal de Angola para manifestar, de forma arrogante, o descontentamento pela posição angolana.