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Ministros da Saúde dos Estados-membros das Nações Unidas discutem, em Genebra, medidas para garantir a cobertura universal, durante a 71ª Assembleia Mundial.
Angola está representada por uma delegação chefiada pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, e que integra ainda membros da Missão-Permanente de Angola junto da Organização das Nações Unidas e Organizações Internacionais em Genebra.
À margem do encontro, Sílvia Lutucuta tem reuniões com ministros da Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), além de encontros com instituições ou agências de cooperação multilateral.
O encontro, que decorre até sábado sob responsabilidade da Organização Mundial da Saúde (OMS) tem como lema “Saúde para todos: um compromisso para a cobertura de saúde universal”.
Na abertura, o director geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, falou da situação mundial, com realce aos cuidados de saúde universais e as metas dos objectivos de desenvolvimento sustentáveis. O responsável pediu mais compromisso político para que a cobertura universal de saúde se torne uma realidade.
Para dar um exemplo do empenho dos Estados-membros, Tedros Ghebreyesus disse que o Brasil já apresentou uma lista de 10 compromissos em prol da cobertura universal de saúde. O Japão é outro país que está na liderança investindo quase três mil milhões de dólares.
Compromisso
O director-geral da OMS manifestou-se optimista, mencionando também o “incrível compromisso político para o combate de doenças”. Pela primeira vez, a Assembleia Geral da ONU vai ter encontros de alto nível sobre duas questões de saúde: doenças crónicas e tuberculose. Tedros Ghebreyesus lembrou que as pessoas que sofrem desses problemas dependem dos líderes políticos, principalmente os pacientes que não conseguem acesso ou pagar os tratamentos necessários.
Na Assembleia Mundial da Saúde, o director-geral da OMS explicou que as parcerias são outra chave para o sucesso da cobertura universal. E que não existe no mundo nenhuma commodity mais preciosa do que a saúde.
Como instituição encarregada de defender a saúde de sete mil milhões de pessoas, disse Tedros Ghebreyesus, é natural que a OMS respeite os mais altos padrões. Em relação ao surto de ébola na República Democrática do Congo (RDC), Tedros Ghebreyesus afirmou que a situação é séria, especialmente devido aos casos numa zona urbana, mas garantiu que hoje o medicamento para combater o vírus é muito melhor do que em 2014, quando o ébola atingiu vários países africanos.
Sobre projectos da OMS, o director-geral mencionou a criação de uma Comissão de Alto Nível sobre Doenças Crónicas; os trabalhos para tratar quatro milhões de pessoas com tuberculose; uma iniciativa para ampliar a luta contra a malária; um pedido de acção para a eliminação do cancro cervical e novas directrizes para eliminar a gordura trans de alimentos industrializados.
Tedros Ghebreyesus afirma que manter o mundo saudável e seguro está no ADN da Organização Mundial da Saúde.
A erradicação da varíola, disse, é um exemplo do que a agência consegue fazer com o apoio de parceiros, porque a OMS “é uma organização que pode mudar o rumo da história”.
Saúde materna
A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet assumiu domingo a responsabilidade, na Organização Mundial da Saúde, da Parceria para a Saúde Materna, de Recém-Nascidos e Crianças, em substituição de Graça Machel.
Presidente do Chile por duas vezes, entre 2006 e 2010 e entre 2014 e Março deste ano, Bachelet deixou o Governo com 39 por cento de popularidade, índice que havia chegado a 20 por cento na metade de seu mandato, quando seus familiares foram envolvidos em denúncias de corrupção.