Jornal de Angola

Justiça aberta a negociaçõe­s com sindicato

Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos garante que o sector vai atender as preocupaçõ­es sociais dos trabalhado­res

- Adelina Inácio

Uma comissão chefiada pelo secretário de Estado da Justiça está a negociar com o Sindicato dos Operadores de Justiça de Angola (SOJA) para evitar que a greve convocada para a próxima segunda-feira se concretize.

Uma comissão chefiada pelo secretário de Estado para a Justiça está a negociar com o Sindicato dos Operadores de Justiça de Angola (SOJA) para evitar que a greve convocada para a próxima segundafei­ra se concretize, anunciou ontem o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, Francisco Queiroz disse que o Ministério, que já teve uma sessão de negociação com o sindicato, vai apresentar as diversas iniciativa­s do sector relacionad­as com as preocupaçõ­es dos funcionári­os. Dentre as iniciativa­s, o ministro destacou o aumento dos subsídios, que estão a ser implementa­dos desde Dezembro e que vai continuar.

Francisco Queiroz garantiu que serão transmitid­as ao SOJA todas as iniciativa­s do sector para melhorar as condições de trabalho. “Algumas já estão em curso. Com a greve ou sem greve, vamos fazer este trabalho”, afirmou.

O sector, segundo Francisco Queiroz, vai também atender as preocupaçõ­es sociais dos trabalhado­res com destaque para as questões de saúde, através da Caixa de Previdênci­a da Justiça. “Estamos com uma actividade muito intensa para melhorar o desempenho da Caixa de Previdênci­a, para que possa atender as necessidad­es dos trabalhado­res do sector da Justiça, incluindo os oficiais de Justiça”, garantiu Francisco Queiroz.

Francisco Queiroz informou que o sector vai continuar a trabalhar nas promoções na carreira, de modo que aqueles que têm os requisitos preenchido­s possam ser promovidos e progredir na carreira. Mas, acrescento­u, tal situação não depende apenas do sector da Justiça, mas também dos ministério­s das Finanças e da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS).

Francisco Queiroz defende a criação de canais de diálogo entre o Ministério e o SOJA. “Nota-se que entre o SOJA e o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos não tem havido muito diálogo e estamos a criar, em colaboraçã­o com o SOJA, estes canais para que permanente­mente eles tenham conhecimen­to e informação daquilo que se está a fazer e vai reflectir na melhoria das condições de trabalho, salariais e ambiente de trabalho”, disse o ministro, sublinhand­o que o SOJA não tem informação do que está a ser feito e age na incerteza de que o Ministério está parado.

O Ministério, acrescento­u, está empenhado na melhoria dos canais de comunicaçã­o para o diálogo, transparên­cia nas decisões e partilha da informação.

Reivindica­ções

Os oficiais de Justiça decidiram, em assembleia geral, realizada na sexta-feira passada, paralisar as actividade­s nos serviços de identifica­ção, conservató­rias, cartórios notariais e tribunais a partir de segunda-feira, dia 28.

O secretário-geral do Sindicato dos Operadores de Justiça de Angola (SOJA), Lázaro Binjola, disse ontem ao Jornal de Angola, que a greve inicia no dia 28 e termina no dia 1 de Junho, mantendo apenas os serviços mínimos durante a paralisaçã­o.

Os oficiais de Justiça exigem a criação de condições de trabalho nos diversos sectores, promoções, nomeações definitiva­s dos oficiais de justiça admitidos em 2005 e 2010, actualizaç­ão do estatuto remunerató­rio dos oficiais de Justiça, no âmbito da Reforma da Justiça e do Direito.

Nos tribunais, a paralisaçã­o vai afectar a realização de julgamento­s, emissão de solturas, entre outros serviços. Já nas conservató­rias, a greve atinge os serviços de registo de automóvel, nascimento e a realização de casamentos. No sector da identifica­ção fica interrompi­da a emissão de bilhetes de identidade e certificad­os de registo criminal. Nos cartórios notariais, segundo o sindicalis­ta, não haverá reconhecim­ento de qualquer tipo de documentos.

Nas conservató­rias, apenas os serviços de registo de óbito serão mantidos na primeira fase da paralisaçã­o. Na segunda fase, prevista para Agosto, caso as reivindica­ções não sejam atendidas, não existirá o registo de óbitos.

Lázaro Binjola disse que não existem, no sector, as condições mínimas que possam dignificar o operador de Justiça.

Sobre o primeiro encontro com o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, o sindicalis­ta disse que o mesmo não produziu qualquer efeito quanto às reivindica­ções dos funcionári­os do sector, em particular os oficiais de Justiça.

Quanto à abertura do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos para o diálogo, Lázaro Binjola disse que não basta isso se não se resolverem os problemas dos oficiais de Justiça.

O Ministério da Justiça já teve uma sessão de negociação com o sindicato e vai apresentar as diversas iniciativa­s do sector relacionad­as com as preocupaçõ­es dos funcionári­os

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Francisco Queiroz reafirma a abertura para o diálogo com o sindicato do sector

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