Campanha de combate à corrupção lançada hoje
O Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos “está doente e precisa de um forte investimento em termos de moralização”, admitiu ontem, em Luanda, o ministro Francisco Queiroz.
O ministro, que falava ao Jornal de Angola, anunciou, para hoje, o início de uma campanha de moralização do sector para combater a corrupção e a impunidade. “Trata-se de uma campanha muito forte que tem por objectivo moralizar o sector da Justiça”, esclareceu .
Ao justificar a necessidade de moralização do sector, Francisco Queiroz disse, a título de exemplo, que a nível dos cartórios, notários e registos passa-se muita coisa que não está bem. Informou, no entanto, que o sector tem já traçada uma estratégia para o combate destes males.
Sebastião Rocha, consultor para área de Ética do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos acrescentou que, com a campanha, pretendese educar os funcionários do sector para a prevenção de actos ilícitos. “Temos tido muitas reclamações relativamente à forma como os utentes são tratados nas várias instituições da Justiça, como a identificação, cartórios e notariados”, admitiu Sebastião Rocha, adiantando que a campanha visa, também, desencorajar não só os funcionários, mas também os utentes, sobre más práticas, como o suborno.
Para Sebastião Rocha as áreas de identificação civil, registo e notariado são as mais propensas à prática da corrupção. “A burocracia é montada propositadamente no intuito de conseguirem alguma coisa em troca do documento”, denunciou, salientando que o combate à corrupção é uma tarefa de todos.
Sebastião Rocha encorajou os utentes a denunciarem as más praticas nos serviços de Justiça, para que as mesmas sejam combatidas.