Governo e agência da ONU avaliam programa conjunto
Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola aprovou sete empréstimos e subvenções avaliados em mais de 135 milhões de dólares para projectos destinados a ajudar os camponeses mais pobres a encontrarem mercados para a produção
No final de 2017, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), uma agência especializada das Nações Unidas, aprovou sete empréstimos e subvenções para apoiar projectos em curso em Angola, avaliados em 135,2 milhões de dólares (31.624 milhões de kwanzas), soube o Jornal de Angola de fontes oficiais.
Os empréstimos do Fundo representam 60,7 por cento do financiamento dos projectos, nos quais Angola participa com 11,9 por cento e os beneficiários 3,6 por cento, de acordo com dados de um resumo executivo de avaliação da estratégia e do programa do FIDA para Angola.
O Japão e o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) cobrem os restantes 23,8 por cento, segundo dados revelados, ontem, durante a apresentação daquele documento.
Depois de ter aderido aos programas de contribuição financeira do FIDA, em 1990, Angola tornou-se, em 2005, no maior contribuinte da região austral e oriental de África, com um total de 6,7 milhões de dólares até ao ano passado, acrescentam os números do relatório executivo.
Todos os empréstimos do FIDA aprovados nesse período foram “consistentes” em relação ao grupo-alvo. O foco nas famílias de agricultores pobres foi “razoavelmente” bem-sucedido através do Programa de Agricultura Virado para o Mercado (MOSAP I), que alcançou os grupos mais vulneráveis, os quais produziam principalmente para a subsistência, dependendo grandemente da agricultura de sequeiro e com acesso limitado a insumos e mercados.
Por intermédio do MOSAP, a adesão das associações de agricultores cresceu, permitindo a formação profissional de mais de 55 mil camponeses em vários domínios, metade das quais em 726 Escolas de Campo de Agricultores (ECA).
O escritório independente de avaliação do FIDA concluiu a avaliação da parceria entre esta agência das Nações Unidas e o Governo de Angola num acto em que o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Alberto Jaime, destacou a parceria enquanto instrumento da implementação do projecto da agricultura familiar iniciado há 12 anos nas províncias do Zaire, Cuanza-Sul, Malanje, Uíge, Bié, Bengo, Huambo e Huíla, considerando que deve ser alargado a outras regiões.
Carlos Alberto Jaime também defendeu a criação de uma estratégia de implementação dos projectos integrados, com estruturas escolares, sanitárias e outras nas diferentes regiões.
Estratégias de implementação
As estratégias e objectivos do FIDA alinhadas com o programa do Governo de combate à pobreza foram revistas em 2005 para atender a questões cruciais nas áreas mais vulneráveis do Planalto Central, segundo o resumo executivo distribuído no encontro.
O documento acrescenta que “todos os projectos aprovados desde então, também estavam totalmente alinhados com as estratégias nacionais, concentrando-se em agricultores pobres”, algo que é reconhecido no Ministério da Agricultura como o caminho a seguir, já que dados recentes confirmam que quase 90 por cento da produção agrícola em Angola provêm dessas famílias.
No encontro de avaliação foram abordados assuntos como as “lições apreendidas nos projectos apoiados pelo FIDA em Angola sobre a igualdade de género e engajamento com jovens”, “gestão sustentável dos recursos naturais e adaptação às mudanças climáticas” e “como o FIDA pode apoiar Angola através dos seus projectos, no fortalecimento da capacidade dos recursos humanos das agências que implementam programas no país”.
Angola tornou-se, em 2005, no maior contribuinte de projectos do FIDA da região austral e oriental de África, com um total de 6,7 milhões de dólares até ao ano passado
Em Abril, dois projectos, um para a “Recuperação Agrícola” e “Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Comercialização” no valor de 45,8 milhões de dólares cedidos pelo FIDA foram lançados em Luanda.
Esses serão implementados em cinco municípios da Huila ( Cacula, Caconda, Chicomba, Chipindo e Caluquembe) e no Cuanza-Sul (Amboim, Cassongue, Cela, Conda e Quibala).