CARTAS DOS LEITORES
Aulas e pausa
A retomada das aulas, após o período de pausa, revelou-se problemática por causa do elevado absentismo de alunos e de professores nas escolas. Sou encarregado de educação e resido junto a uma escola pública do primeiro ciclo do ensino primário. Nos primeiros dias de aulas, a escola estava completamente às moscas e, com os poucos alunos e professores com os quais eu pude conversar, só ouvi queixas de uns e de outros.
Quer dizer, os alunos queixavam dos professores e estes dos alunos. Nunca vi alunos a queixarem-se do absentismo de colegas por causa da alegada ausência de professores e estes últimos igualmente a queixarem-se de que a presente desmotivação se deve à falta de alunos. Para terminar, gostaria que o actual cenário não venha a repetir-se na segunda semana de aulas após a pausa pedagógica.
Espero que os professores compareçam em massa para fazer o que toda a sociedade espera dos mesmos, nomeadamente leccionar. E que as famílias tenham um papel instrumental na mobilização dos seus educandos no sentido de acompanhá-los melhor, a começar pela ida e comparência às aulas. Para modernizarmos Angola, não temos muitas opções e as poucas que existem passam obrigatoriamente pela aposta no sector da Educação.
Malas de viagem
Escrevo hoje, volvido algum tempo desde a minha última carta a este espaço privilegiado do Jornal de Angola, para falar sobre essa maka das malas de viagem. Hoje, as autoridades aeroportuárias em todo o mundo estão muito cautelosas, razão pela qual toda e qualquer tentativa de embarque com substâncias proibidas é completamente desaconselhável. Ouvi duas histórias envolvendo angolanos, uma aqui no país, outra num país da América Latina, em que acabaram detidos por posse de drogas. Gostaria modestamente de aconselhar as pessoas que viajam, sobretudo para destinos problemáticos no que ao tráfico de drogas diz respeito, a redobrarem a atenção. Tal como ouvimos muitas vezes nos próprios aeroportos, as pessoas não podem permitir que as suas malas de viagem estejam desprotegidas ao ponto de correrem o risco de ser manipuladas por terceiros.
E depois sob nenhum motivo devem aceitar transportar malas de terceiros sem que saibam exactamente do seu conteúdo. Parece ingenuidade demais e muita irresponsabilidade aceitar levar uma mala de uma pessoa desconhecida ou mesmo conhecida, com o total desconhecimento do seu conteúdo. E nem é aceitável ouvirmos dizer que a pessoa detida num aeroporto, estrangeiro ou nacional, por causa de questões ligadas à droga na mala de viagem, alegadamente, tenha sido enganada com o pedido formulado para embarcar com mala alheia.
Industrialização do país
Embora tenhamos um Ministério da Indústria, na verdade, estamos longe de conhecer as reais metas da industrialização do país. E quando digo que “estamos longe de conhecer as reais metas da industrialização”, ponho-me na pele do cidadão comum, que deve estar familiarizado com as políticas de industrialização do país. É provável que haja, mas publicamente não sabemos que metas estamos a cumprir, nem sequer há informação detalhada nalgum Site ou Web Site para que de lá possamos estar melhor actualizados. Já fui ao Site do ministério e a além de informações por actualizar nada encontrei relativamente aos projectos em curso e os objectivos concretos no curto, médio e longo prazos.