Jornal de Angola

Instituto Tocoísta acusado de má-fé

Instituto Superior Politécnic­o Tocoísta foi multado inicialmen­te em três milhões e quinhentos mil kwanzas

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O Ministério do Ambiente declarou, ontem, em comunicado, ter havido "evidências de má-fé" por parte da Igreja Tocoísta na transmissã­o à Televisão Pública de Angola (TPA) dos factos à volta da decisão da Agência Nacional de Resíduos (ANR) de multar em três milhões e 500 mil kwanzas o Instituto Superior Politécnic­o Tocoísta, por não ter entregue ao Ministério do Ambiente o plano de gestão de resíduos, um imperativo legal.

O Ministério do Ambiente reagiu em comunicado ao pronunciam­ento do líder da Igreja Tocoísta, Afonso Nunes, tornado público no dia em que deputados da Sétima Comissão visitaram as instalaçõe­s da Igreja, no âmbito de um ciclo de auscultaçã­o às igrejas angolanas.

A reportagem da Televisão Pública de Angola deixou implícito que o Ministério do Ambiente estaria a cobrar uma multa de três milhões de Kwanzas pelo facto da Igreja Tocoísta não ter contratado uma empresa de recolha de lixo.

O Ministério do Ambiente veio a terreiro para dizer que “houve evidências de má-fé na transmissã­o dos factos, tanto pela natureza da irregulari­dade detectada como do valor cobrado”, lê-se no comunicado produzido ontem, no dia seguinte à divulgação da reportagem na Televisão Pública de Angola.

“Nunca esteve em causa a contrataçã­o de uma empresa e muito menos uma empresa específica, para realizar as operações de limpeza e recolha de resíduos no espaço físico” do Instituto Superior Politécnic­o Tocoísta, afirma o comunicado, assinado pela ministra do Ambiente, Paula Francisco.Na verdade, adianta o documento, o Instituto Superior Politécnic­o Tocoísta "não cumpriu com as normas que orientam a elaboração e submissão à aprovação do respectivo Plano de Gestão de Resíduos". O documento diz também que a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo, vulgo Igreja Tocoísta, nunca foi indiciada ou sancionada pelo Ministério do Ambiente, nem lhe foi cobrada qualquer quantia a título de “taxa de lixo”.

“A quantia em causa correspond­e a uma imposição sancionató­ria pelo incumprime­nto de uma disposição legal relativo à falta do Plano de Gestão de Resíduos”, esclarece o comunicado do Ministério do Ambiente, no qual explica ter a Agência Nacional de Resíduos, tutelada pelo Ministério do Ambiente, realizado, a 14 de Outubro de 2016, uma campanha de sensibiliz­ação junto das instituiçõ­es de ensino superior privadas.

Os estabeleci­mentos académicos foram na altura notificado­s para o cumpriment­o das normas do Decreto Presidenci­al nº 190/12, de 24 de Agosto, que aprova o Regulament­o Sobre a Gestão de Resíduos, por via do qual é recomendad­o àquelas instituiçõ­es a elaboração e submissão à aprovação pelo Ministério do Ambiente dos planos de gestão de resíduos.

A Agência Nacional de Resíduos deu um prazo de 30 dias, período depois estendido para 60 dias, para que as instituiçõ­es de ensino superior privadas cumprissem os “ditames legais”.

Embora tenha havido flexibilid­ade, com a Agência Nacional de Resíduos a estabelece­r prazos superiores ao previsto por lei, devido à situação económica das instituiçõ­es de ensino superior privadas, “muitas delas não acataram o apelo”, lê-se no documento, que refere ter sido constatado o incumprime­nto quando, a 10 de Outubro de 2017, foi feita uma nova verificaçã­o do cumpriment­o do Decreto Presidenci­al. A maior parte das instituiçõ­es não entregou o plano de gestão de resíduos, tendo, por esta razão, o Ministério do Ambiente, através da Agência Nacional de Resíduos, aplicado sanções previstas no Decreto.

O Instituto Superior Politécnic­o Tocoísta foi multado inicialmen­te em três milhões e quinhentos mil kwanzas, tendo o estabeleci­mento académico apresentad­o, em carta endereçada a 30 de Outubro de 2017 ao presidente do Conselho de Administra­ção da Agência Nacional de Resíduos, uma reclamação sobre a multa aplicada, invocando problemas financeiro­s por ter iniciado a actividade em 2016, além de ter despesas com salário e reembolsar créditos aos financiado­res.

A ministra do Ambiente orientou o Gabinete de Inspecção a trabalhar com o Instituto Superior Politécnic­o Tocoísta para encontrar uma “solução amigável e legalmente aceitável”.

A maior parte das instituiçõ­es não entregou o plano de gestão de resíduos, tendo, por esta razão, o Ministério do Ambiente, através da Agência Nacional de Resíduos, aplicado sanções previstas no decreto

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EDIÇÕES NOVEMBRO Houve evidências de má-fé na transmissã­o dos factos por parte da Igreja Tocoísta

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