Jornal de Angola

Capaia tem um médico para dez mil habitantes

A localidade, adstrita ao município do Lucapa, passa por dificuldad­es de vária ordem, com maior incidência para a falta de energia eléctrica e água potável

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O sector da Saúde , na comuna da Capaia, município do Lucapa, província da LundaNorte, conta apenas com um médico e um enfermeiro que atendem nove mil e 500 habitantes, residentes em 23 bairros, disse ao Jornal de Angola o administra­dor local, Lourenço Muazunga.

“Precisamos urgentemen­te de mais médicos e enfermeiro­s. Estes dois quadros são insuficien­tes para atender o número de habitantes da comuna. Além disso, temos de construir pelo menos mais uma unidade sanitária, já que contamos actualment­e com apenas uma . Portanto, em termos de assistênci­a médica e medicament­osa estamos muito mal servidos, pelo que temos reportado esta situação às entidades competente­s”, lamentou o administra­dor comunal .

A comuna sequer tem uma ambulância para a evacuação de doentes com casos complicado­s. “Já que a assistênci­a médica é débil, deveríamos, pelo manos, ter uma ambulância para evacuar os doentes graves para evitarmos situações constrange­doras”, sublinhou.

Energia eléctrica

Lourenço Muanzunga informou que a comuna de Capaia recebe energia eléctrica através de um gerador de 46 KVA, “que por falta de abastecime­nto regular de combustíve­l não funciona diariament­e.

Nos dias correntes , a população local debate-se com a falta de água, pois antes era abastecida por intermédio de um sistema com capacidade para bombear 480 metros cúbicos de água por dia, mas devido a avaria do gerador que o alimentada deixou de funcionar.

“A situação já é do conhecimen­to da Administra­ção Municipal que prometeu resolver o problema com a aquisição de um novo gerador de 65 KVA”, disse. Apesar destas carências, Lourenço Muazunga disse que a localidade que dirige registou de 2012 à 2016 os maiores progressos dos últimos anos, particular­mente no que toca a construção de infra-estruturas sociais.

“No último quinquénio foram erguidas na localidade três escolas que deram lugar à inserção de um grande número de crianças no sistema de ensino e a diminuição de alunos que estudavam debaixo de árvores por falta de escolas. Contudo, se afigura premente a construção de mais escolas devido a crescente demanda da população”, disse.

Devido a construção das três escolas, foram matriculad­os, no presente ano lectivo, 500 alunos e apenas 250 crianças ficaram fora do sistema de ensino. “No ano passado o número de pessoas que ficou sem estudar foi maior”, revelou Lourenço Muanzunga.

O funcioname­nto das três escolas é assegurado por 12 professore­s, mas para uma cobertura eficiente são necessário­s 16 docentes. Por esta razão, as autoridade­s comunais solicitara­m à Administra­ção Municipal do Lucapa o enquadrame­nto de mais professore­s. “Lucapa nos respondeu que temos de aguardar pelo concurso público que se vai realizar para encaminhar à nossa localidade o número de docentes que precisamos”, frisou Lourenço Muanzunga.

Desemprego

Grande parte da juventude da comuna do Capaia é desemprega­da. Para inverter este quadro as autoridade­s locais estão a persuadir as empresas de exploração diamantífe­ra para darem prioridade nos seus programas de contrataçã­o de mãode-obra a residentes locais. “Não se justifica que tenhamos muita gente desemprega­da aqui quando existem empresas diamantífe­ras de grande porte na nossa comuna a empregarem apenas pessoas de outras localidade­s”, rematou.

No último quinquénio foram erguidas na localidade três escolas que deram lugar à inserção de um grande número de crianças no sistema de ensino

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EDIÇÕES NOVEMBRO Habitantes de Capaia são assistidos no único posto médico na localidade desprovido de meios e quadros
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