Angola acolhe Bienal da Paz
Angola acolhe, no próximo ano, a Bienal da Paz, anunciou ontem, em Paris, a ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, após a visita efectuada pelo Presidente João Lourenço à sede da Unesco.
A bienal é um fórum em que vários países africanos vão discutir a paz, o diálogo, a tolerância, a harmonia, a liberdade de expressão e a coexistência pacífica entre os povos. Carolina Cerqueira não precisou a data do evento mas sublinhou que Angola vai criar as condições para acolher o maior número de países para a grande conferência sobre a paz regional.
A ministra da Cultura qualificou de “grande simbolismo” a visita do Presidente da República à sede da Unesco.
Segundo a ministra, o Presidente da República manifestou à directora -geral da Unesco, Audrey Azoulay, satisfação pelo apoio prestado pela elevação de Mbanza Congo a Património Cultural da Humanidade.
No Livro de Honra, o Presidente da República escreveu: “Gostaria de reconhecer todo o empenho da organização, que tornou possível a elevação de Mbanza Kongo a Património Mundial da Humanidade. Este facto honra e engrandece o povo angolano, porquanto Mbanza Kongo foi a capital do Reino do Congo.”
João Lourenço escreveu ainda que “Angola continuará a trabalhar com a Unesco em programas de Educação, Ciência e Cultura que possam servir os nossos interesses e os da Humanidade em geral”.
Segundo a ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, a directora-geral da Unesco manifestou ao Presidente da República disponibilidade de continuar a apoiar todas as candidaturas que Angola achar oportunas para valorizar o Património Mundial.
Audrey Azoulay garantiu ao Chefe do Estado angolano que a Unesco vai continuar a dar sequência ao plano de formação de quadros com base no projecto existente, com o patrocínio do Banco Africano de Desenvolvimento, ao mesmo tempo que anunciou a reactivação do CICIBA (Centro Internacional das Civilizações Bantu).
A directora-geral da Unesco disse que o facto de Angola ter um património mundial acarreta enormes responsabilidades. Neste sentido, aconselhou o país a criar uma Comissão Nacional da Defesa do Património Mundial.
“Temos de continuar a trabalhar com a Unesco nos projectos existentes para a promoção de Mbanza Kongo como um sítio de investigação e cultura”, disse a ministra de Cultura.
O embaixador de Angola na Unesco, Sita José, anunciou que o país vai submeter a segunda fase do projecto Mbanza Congo, que inclui parcelas fronteiriças do antigo Reino do Kongo com a RDC, Congo-Brazzaville e Gabão, com as propostas para a inscrição na lista de Património Cultural da Humanidade.
O embaixador Sita José acrescentou que o país ganhou experiência na preparação de processos para aprovação na Unesco, depois do sucesso com a elevação da antiga capital do Reino do Kongo a Património da Humanidade.