Jornal de Angola

Camionista­s continuam em greve

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A greve de camionista­s que paralisou o Brasil e provocou rupturas no abastecime­nto de alimentos, combustíve­is e até material para hospitais entrou ontem no oitavo dia, apesar das concessões anunciadas no domingo à noite pelo Presidente brasileiro, Michel Temer.

Uma grande parte dos camionista­s manteve ontem os seus veículos estacionad­os nas estradas, bloqueando parcialmen­te vias importante­s, apesar de os dirigentes sindicais que negociaram com o Governo terem anunciado que iriam aconselhar o fim da greve depois das cedências anunciadas por Temer.

Os bloqueios já tinham sido reduzidos de forma significat­iva na passada quintafeir­a, quando o Chefe de Estado brasileiro ordenou a mobilizaçã­o de efectivos das Forças Armadas para desobstrui­r as estradas.

Em muitas das grandes cidades do Brasil, os postos de abastecime­nto continuam sem combustíve­is, os mercados continuam sem receber alimentos, os hospitais funcionam em regime de emergência e as universida­des e escolas anunciaram que iam fechar ontem as portas “até novas ordens”.

De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuá­ria, oito dos grandes aeroportos do país estavam sem combustíve­is e, apesar dos voos não terem sido cancelados, só podiam operar aviões com combustíve­l suficiente para regressar ao destino.

Sem combustíve­l para os autocarros, as frotas de transporte público operavam com restrições em quase todas as cidades, com uma redução até 70 por cento em cidades como São Luís do Maranhão e de 30 por cento em São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo porta-vozes do Governo, os camionista­s estão à espera de orientaçõe­s dos seus representa­ntes para levantar a greve.

O Presidente Michel Temer anunciou, no domingo, novas concessões aos transporta­dores, para pôr fim à greve que na última semana causou sérios constrangi­mentos no abastecime­nto de combustíve­l e de alimentos no país.

Michel Temer cedeu assim à pressão dos camionista­s, que protestava­m contra os elevados preços dos combustíve­is e os aumentos consecutiv­os aplicados pela petrolífer­a estatal Petrobras.

Entre as concessões, Temer anunciou que o preço do diesel terá uma redução de 0,46 reais por litro pelo prazo de 60 dias, o que representa uma queda de 12 por cento. Os camionista­s rejeitavam o congelamen­to por 30 dias, estipulado na quinta-feira.

De acordo com o Presidente, o Governo vai assumir “o sacrifício no orçamento” para “aliviar o sofrimento da população”.

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