Cottarelli é indicado para formar governo
O Presidente de Itália, Sergio Mattarella, nomeou Carlo Cottarelli, antigo economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) para formar um Governo de transição.
Cottarelli tentará formar um executivo e terminar com o tumulto político e constitucional que se vive no país desde as últimas eleições, em Março, vencidas pelo Movimento 5 Estrelas, mas sem maioria.
A Itália deverá enfrentar novas eleições depois de Agosto, segundo o Corriere della Sera, se Cottarelli não conquistar a confiança dos partidos. Mas Cottarelli também indicou outra hipótese. “Vou apresentar-me com um programa que caso obtenha confiança inclua a aprovação do Orçamento do Estado e que depois preveja a composição do parlamento e eleições em 2019”, afirmou ontem o antigo responsável do FMI.
"O Presidente pediu-me para me apresentar ao Parlamento com um governo até às eleições. Formá-loei em pouco tempo e depois estarei disposto à sua avaliação. Se não obtiver confiança, demito-me logo. O governo manterá uma neutralidade completa quanto ao debate eleitoral. Comprometo-me a não me candidatar e pedirei o mesmo a todos os membros do futuro governo. O objectivo é levar o país a eleições em Agosto", afirmou Cottarelli.
"Enquanto economista quero assegurar: as contas estão em ordem. Nos últimos dias aumentou a tensão quanto aos mercados financeiros, aumentou o spread, mas a economia italiana está em crescimento e as contas públicas mantêmse sob controlo."
O convite a Carlo Cottarelli foi oficializado ontem e surgiu um dia depois do colapso da solução governamental que a Liga do Norte e o Movimento 5 Estrelas tinham apresentado ao Presidente, ao indicar Giusseppe Conte para formar Governo.
Conte tinha sido indicado para primeiro-ministro por Luigi Di Maio, do 5 Estrelas (M5S), e por Matteo Salvini, da Liga do Norte, mas acabaria por renunciar ao cargo de primeiroministro no domingo, depois de Mattarella ter rejeitado a escolha do eurocéptico Paolo Savona, 81 anos, para o Ministério das Economia e Finanças.
O Presidente italiano justificou a sua decisão com as ameaças de Savona em retirar a Itália da zona euro – “alarmaram investidores italianos e estrangeiros” – e pediu a Matteo Salvini e a Luigi Di Maio que escolhessem outra pessoa para esta pasta. Os líderes das duas forças rejeitaram fazêlo e colocaram ponto final nas negociações que duravam há várias semanas. O M5S pondera mesmo avançar com um processo de destituição de Mattarella.