Minas de Chitotolo em iminente paragem
A Sociedade Mineira de Chitotolo - dedicada à produção de diamantes - prometeu pronunciar-se “nos próximos dias” sobre a iminente paralisação da actividade, em decorrência de uma reunião em que os trabalhadores reclamaram aumentos salariais, bem como pagamento de subsídios de turno e de alimentação durante o período de trabalho.
Numa assembleia-geral de trabalhadores realizada no final de semana em Nzaji, município de Cambulo, os trabalhadores da diamantífera decidiram, também, reivindicar a construção de uma clínica, em substituição do posto de saúde que afirmam não ter “condições mínimas” para prestar os primeiros socorros aos trabalhadores que necessitam de assistência.
Exigem projectos de âmbito social como a construção de residências para melhorar a situação habitacional dos trabalhadores e a contratação de seguro de saúde.
As horas extraordinárias, disseram na reunião, são devidas por trabalharem durante 12 horas por dia, ao invés das oito horas estabelecidas pela lei, enquanto os salários, de 45 mil a 110 mil kwanzas por mês, “estão muito abaixo do custo de vida”.
Uma última exigência defende o afastamento do gestor de Operações Mineiras da companhia, Artur Jorge, que apontam como responsável pela situação de precariedade da empresa, por residir em Luanda, e não em Nzaji, onde a Sociedade Mineira de Chitotolo está instalada.
A I Assembleia-geral dos Trabalhadores da Sociedade Mineira do Chitotolo decorreu na periferia da empresa devido ao impedimento da entrada dos jornalistas convidados pelo sindicato para a cobertura do encontro, o que levou os trabalhadores a abandonarem o lugar cedido pela empresa, transferindo a reunião para o portão da entrada, de modo a possibilitar a cobertura.
O representante da Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA) no município de Cambulo, António Madeira, considerou que a empresa vive problemas graves que precisam ser resolvidos entre os trabalhadores e a entidade patronal, para se encontrar uma solução para todas as reclamações.
António Madeira disse ainda que ficou acordado, na assembleia, que trabalhadores vão remeter as preocupações apresentadas à empresa para um pronunciamento num prazo de 15 dias, findo o qual vão, por via do sindicato, apresentar um caderno reivindicativo que terá um prazo de cinco dias para as negociações. Caso não houver entendimento, será decretada a greve e consequentemente a paralisação das minas.
A Sociedade Mineira de Chitotolo é detida pela Endiama, ITM Mining e Lumanhe, um consórcio formado em 1996.