Produção aumenta em 500 mil barris por dia
O Governo prevê iniciar a extracção de petróleo em 11 novas áreas no “offshore” nos próximos sete anos, acrescentando pelo menos 500 mil barris de crude por dia de nova produção, de acordo com informação oficial disponibilizada no princípio do mês.
Em prospecto enviado aos investidores antes da emissão de três mil milhões de dólares em Eurobonds, o Ministério das Finanças declara ser desta forma que projecta responder ao esperado declínio de produção em alguns campos petrolíferos.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África, com mais de 1,6 milhões de barris por dia (bpd), e dos 11 novos projectos para produção, incluindo em águas profundas, quatro receberam recentemente uma decisão final de investimento para avançar.
Nos próximos cinco anos, garante o Governo, há nove novos projectos já programados, três dos quais avançam ainda em 2018 com o início da produção. É o caso do projecto Kaombo, que vai acrescentar 230 mil bpd, do campo UM8, com cinco mil bpd e do campo de Ochigufu com 22 mil bpd.
As reservas comprovadas de petróleo em Angola estão avaliadas em seis mil milhões de barris, um crescimento de cerca do dobro em relação aos valores de 2014, mas apenas um terço com baixos custos de produção.
Entre 2013 e 2017, foram descobertos em Angola 3.700 milhões de barris de petróleo e 850 milhões de barris de gás.
“Além de expandir as reservas de petróleo de Angola, estas novas descobertas geraram substanciais pagamentos de bónus de descoberta comercial por parte de grupos de empreiteiros ao Estado”, lê-se no mesmo documento.
Ao discursar, há cerca de duas semanas num conselho consultivo do Ministério da Indústria realizado em Porto Amboim, o ministro dos Recursos Minerais e dos Petróleos declarou que, nos últimos seis meses, o Governo angolano aprovou cinco diplomas legais para viabilizar as actividades de prospecção e exploração de hidrocarbonetos e simplificar os procedimentos administrativos para o investimento nesse domínio, como parte de um pacote tendente a travar o declínio da produção.
Diamantino Azevedo reconheceu um declínio da produção petrolífera angolana devido à falta de investimentos na prospecção, pesquisa e exploração e anunciou planos para, até ao fim da legislatura, em 2022, assegurar com base naqueles instrumentos de facilitação que a produção de petróleo não baixe para menos de 1,5 milhões de bpd, uma vez que Angola tem compromissos com a OPEP para injectar 1,6 milhões de bpd.
Nós últimos anos, disse o ministro dos Recursos Minerais e dos Petróleos, Angola descurou os investimentos na prospecção, pesquisa e exploração, o que, adicionado ao declínio natural dos poços, resulta na queda da produção.