Jean-Claude Bastos constituído arguido
O director-geral da Quantum Global, que geria até há pouco tempo os activos do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), Jean-Claude Bastos de Morais, foi constituído arguido e está impedido de sair de Angola.
Apontado como sócio de José Filomeno dos Santos, antigo presidente do Fundo Soberano de Angola, Bastos de Morais foi informado da proibição de deixar Angola, na semana passada, após interrogatório na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal da Procuradoria-Geral da República.
A Jean-Claude de Morais foram-lhe retirados os dois passaportes (angolano e suíço). O líder da Quantum Global foi ouvido num processo de inquérito sobre a gestão do FSDEA, instaurado pela Procuradoria-Geral da República, tendo saído do local sem qualquer medida de coação.
A 09 de Abril, as autoridades financeiras das Ilhas Maurícias anunciaram o congelamento de sete fundos geridos pela empresa de JeanClaude Bastos de Morais. Os sete fundos estavam em três bancos e eram propriedade da Quantum Global Group, que estava a gerir 3.000 milhões de dólares do FSDEA.
A nova Administração do FSDEA admitiu, igualmente em Abril, ter grandes preocupações sobre a forma como a Quantum Global investia os seus recursos, a quem acusou de não estar totalmente alinhada com os princípios segundo os quais foi criado o fundo ou com princípios de transparência.
“Estas preocupações do Fundo Soberano de Angola são ainda reforçadas por revelações sobre a Quantum, no âmbito das investigações conhecidas como 'Paradise Papers', e pelas acusações criminais das autoridades da Suíça contra o senhor Jean-Claude Bastos, fundador da Quantum”, indicou o Fundo num comunicado enviado às redacções a 27 de Abril.