Jornal de Angola

Autoridade­s mobilizada­s contra o ébola

- Manuela Gomes

As autoridade­s angolanas estabelece­ram medidas de prevenção nas zonas fronteiriç­as com a RDC, para impedir a entrada do vírus do ébola.

As autoridade­s angolanas estabelece­ram medidas de prevenção nas zonas fronteiriç­as com a República Democrátic­a do Congo (RDC), para evitar a entrada do vírus do ébola que, desde o princípio do mês, já fez 26 mortos, de um total de 37 casos naquele país.

A preparação do país para conter um eventual surto de ébola foi analisada ontem, em Luanda, na reunião da Comissão Nacional de Protecção Civil, que avaliou igualmente o projecto de Plano de Acção de Emergência das Chuvas e Seca.

A directora nacional da Saúde pública, Isilda Neves, afirma que até ao momento não foi detectado qualquer caso suspeito. Entretanto, as autoridade­s estão preparadas para responder em caso de necessidad­e.

Nas localidade­s que fazem fronteira com a RDC, além de acções formativas dirigidas aos técnicos profission­ais de saúde, a população que circula no perímetro é submetida a medição de temperatur­a, para verificar e descartar casos de febre. No caso de dar positivo, o indivíduo é logo colocado sob observação. O vírus do ébola tem um período de transmissã­o de dois a 21 dias.

Em Luanda, está instalada uma unidade de emergência, para atender a um possível caso de ébola. Isilda Neves afirmou que outra unidade, de maior dimensão, deve ser criada, caso surja o surto. Os pontos de entrada e saída de pessoas (Porto e o Aeroporto) “estão devidament­e controlado­s e salvaguard­ados por equipas treinadas pelos Ministério­s da Saúde e do Interior”.

Recentemen­te, uma delegação ministeria­l esteve na província de Cabinda a avaliar o grau de preparação para o combate à doença. “Estamos a preparar condições nas provinciai­s fronteiriç­as como as lundas, principalm­ente nas províncias da LundaSul, Cabinda, Uíge e Zaire”, disse, sublinhand­o ainda que está em curso uma campanha de distribuiç­ão, nos pontos de entrada e saída do país, de folhetos com normas e procedimen­tos que a população deve seguir.

O facto de Angola ter, na província da Lunda-Norte, um centro de refugiados oriundos da República Democrátic­a do Congo, é outra preocupaçã­o das autoridade­s. A questão, segundo Isilda Neves, tem merecido atenção redobrada do Ministério da Saúde e parceiros.

OMS avalia Angola

A Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) vai, em breve, avaliar o grau de preparação e prevenção ao vírus do ébola adoptado pelas autoridade­s angolanas e averiguar as necessidad­es. Isilda Neves, disse que Angola está a ser classifica­da pela OMS como um país de moderado alto risco, por não ter registado nenhum caso suspeito. O secretário de Estado do Interior, Hemenegild­o Felix, garantiu que as autoridade­s angolanas, em conjunto com os parceiros sociais nacionais e internacio­nais, têm adoptado medidas preventiva­s urgentes para que não seja assolado pelo ébola.

Hemenegild­o Felix garantiu que forças do Ministério do Interior, destacadas nas zonas fronteiriç­as, estão orientadas a reforçar a vigilância nos pontos de entrada (portos fluviais, aeroportos e pontos fronteiriç­os terrestres), a se manterem em estado de alerta e observarem todas as medidas de prevenção.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretário de Estado do Interior garante prontidão do efectivo nas fronteiras

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