Autoridades mobilizadas contra o ébola
As autoridades angolanas estabeleceram medidas de prevenção nas zonas fronteiriças com a RDC, para impedir a entrada do vírus do ébola.
As autoridades angolanas estabeleceram medidas de prevenção nas zonas fronteiriças com a República Democrática do Congo (RDC), para evitar a entrada do vírus do ébola que, desde o princípio do mês, já fez 26 mortos, de um total de 37 casos naquele país.
A preparação do país para conter um eventual surto de ébola foi analisada ontem, em Luanda, na reunião da Comissão Nacional de Protecção Civil, que avaliou igualmente o projecto de Plano de Acção de Emergência das Chuvas e Seca.
A directora nacional da Saúde pública, Isilda Neves, afirma que até ao momento não foi detectado qualquer caso suspeito. Entretanto, as autoridades estão preparadas para responder em caso de necessidade.
Nas localidades que fazem fronteira com a RDC, além de acções formativas dirigidas aos técnicos profissionais de saúde, a população que circula no perímetro é submetida a medição de temperatura, para verificar e descartar casos de febre. No caso de dar positivo, o indivíduo é logo colocado sob observação. O vírus do ébola tem um período de transmissão de dois a 21 dias.
Em Luanda, está instalada uma unidade de emergência, para atender a um possível caso de ébola. Isilda Neves afirmou que outra unidade, de maior dimensão, deve ser criada, caso surja o surto. Os pontos de entrada e saída de pessoas (Porto e o Aeroporto) “estão devidamente controlados e salvaguardados por equipas treinadas pelos Ministérios da Saúde e do Interior”.
Recentemente, uma delegação ministerial esteve na província de Cabinda a avaliar o grau de preparação para o combate à doença. “Estamos a preparar condições nas provinciais fronteiriças como as lundas, principalmente nas províncias da LundaSul, Cabinda, Uíge e Zaire”, disse, sublinhando ainda que está em curso uma campanha de distribuição, nos pontos de entrada e saída do país, de folhetos com normas e procedimentos que a população deve seguir.
O facto de Angola ter, na província da Lunda-Norte, um centro de refugiados oriundos da República Democrática do Congo, é outra preocupação das autoridades. A questão, segundo Isilda Neves, tem merecido atenção redobrada do Ministério da Saúde e parceiros.
OMS avalia Angola
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai, em breve, avaliar o grau de preparação e prevenção ao vírus do ébola adoptado pelas autoridades angolanas e averiguar as necessidades. Isilda Neves, disse que Angola está a ser classificada pela OMS como um país de moderado alto risco, por não ter registado nenhum caso suspeito. O secretário de Estado do Interior, Hemenegildo Felix, garantiu que as autoridades angolanas, em conjunto com os parceiros sociais nacionais e internacionais, têm adoptado medidas preventivas urgentes para que não seja assolado pelo ébola.
Hemenegildo Felix garantiu que forças do Ministério do Interior, destacadas nas zonas fronteiriças, estão orientadas a reforçar a vigilância nos pontos de entrada (portos fluviais, aeroportos e pontos fronteiriços terrestres), a se manterem em estado de alerta e observarem todas as medidas de prevenção.