Crime transnacional analisado em Luanda
O encontro acontece numa altura em que Angola intensifica combate à criminalidade transnacional organizada
A situação da criminalidade transnacionais na região austral está a ser analisada desde ontem, em Luanda, pelos chefes dos Gabinetes Regionais da Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL) e pelos directores dos Serviços de Investigação Criminal da Organização de Cooperação dos Chefes de Polícia Regionais da África Austral (SARPCCO).
Na reunião, a 14ª, que decorre pela primeira vez em Luanda, estão a ser discutidos temas como a importância da análise criminal na resposta regional para o combate ao crime organizado e transnacional, a intensificação do apoio técnico operacional dos Gabinetes Nacionais da Interpol no auxílio às acções policiais de combate aos crimes transnacionais na região.
O segundo comandantegeral da Polícia Nacional para Ordem Pública, comissáriochefe Paulo Gaspar de Almeida, disse, na cerimónia de abertura, que o encontro acontece numa altura em que a Polícia Nacional intensifica as acções de prevenção e combate à criminalidade transnacional organizada.
Segundo Paulo de Almeida, o combate à criminalidade transfronteiriça está relacionado com o tráfico de drogas, de seres humanos, roubo e furto de viaturas , terrorismo, branqueamento de capitais, ciber- criminalidade e crimes económicos e financeiros que também afectam a maioria dos países da SARPCCO, em que a sua prevenção e combate constituem o objecto primordial da Interpol.
Paulo de Almeida frisou que qualquer país do mundo, por mais recursos e capacidade policial que tenha, não está em condições para enfrentar a criminalidade de forma isolada, devido à globalização, pelo que valorizou o encontro que vai permitir concertar estratégias ao nível dos países da região.
O encontro, que termina amanhã, discute temas como investimento nos gabinetes nacionais da Interpol para melhorar o uso das capacidade de policiamento, as boas práticas destes gabinetes para a comunicação efectiva e redução de assimetrias de comunicação e partilha de informação, benefícios e vantagens da expansão do sistema policial de comunicação da Interpol para toda a rede policial.
Paulo de Almeida afirmou que os temas a serem discutidos durante a reunião são importantes para o reforço do combate à criminalidade e para o fortalecimento da capacidade operacional das forças policiais.
O presidente do subcomité permanente dos órgãos de coordenação da regional da SARPCCO e director do Serviço de Investigação Criminal de Angola, comissário - chefe Eugênio Pedro Alexandre, disse que os criminosos nos dias de hoje, além de utilizarem meios modernos para fins ilícitos, beneficiam das fragilidades da actuação policial e da cooperação regional internacional entre as polícias.
Esta realidade, acrescentou, “coloca-nos perante a imperiosa necessidade de criar as condições necessárias para a prevenção e combate efectivo à criminalidade”, disse Eugenio Alexandre, para quem, em face desta percepção, a SARPCCO tem trabalhado no estreitamento da cooperação com os países membros, no âmbito da prevenção e combate às ameaças criminosas.
A reunião, disse, exige empenho e contribuição dos participantes e servirá para o fortalecimento da cooperação da organização no combate à criminalidade transnacional organizada e aos crimes emergentes, tais como raptos, sequestros, terrorismo, ciber criminalidade, roubo e furto internacional de veículos, entre outros.
A directora para o Alcance Global da Interpol, Ana Adriani, informou que aquela organização internacional de Polícia Criminal vai continuar a apoiar os projectos dos países da SARPCCO.
A responsável explicou que a Interpol tem projectos que visam dar resposta aos desafios da criminalidade em todos os países do mundo.
Hoje, o dia está reservado para a reunião dos comandantes da Polícia da SARPCCO, que vão falar sobre os desafios e o futuro da organização.
Qualquer país do mundo, por mais recursos e capacidade policial que tenha, não está em condições para enfrentar a criminalidade de forma isolada