Jornal de Angola

Crime transnacio­nal analisado em Luanda

O encontro acontece numa altura em que Angola intensific­a combate à criminalid­ade transnacio­nal organizada

- André da Costa

A situação da criminalid­ade transnacio­nais na região austral está a ser analisada desde ontem, em Luanda, pelos chefes dos Gabinetes Regionais da Organizaçã­o Internacio­nal de Polícia Criminal (INTERPOL) e pelos directores dos Serviços de Investigaç­ão Criminal da Organizaçã­o de Cooperação dos Chefes de Polícia Regionais da África Austral (SARPCCO).

Na reunião, a 14ª, que decorre pela primeira vez em Luanda, estão a ser discutidos temas como a importânci­a da análise criminal na resposta regional para o combate ao crime organizado e transnacio­nal, a intensific­ação do apoio técnico operaciona­l dos Gabinetes Nacionais da Interpol no auxílio às acções policiais de combate aos crimes transnacio­nais na região.

O segundo comandante­geral da Polícia Nacional para Ordem Pública, comissário­chefe Paulo Gaspar de Almeida, disse, na cerimónia de abertura, que o encontro acontece numa altura em que a Polícia Nacional intensific­a as acções de prevenção e combate à criminalid­ade transnacio­nal organizada.

Segundo Paulo de Almeida, o combate à criminalid­ade transfront­eiriça está relacionad­o com o tráfico de drogas, de seres humanos, roubo e furto de viaturas , terrorismo, branqueame­nto de capitais, ciber- criminalid­ade e crimes económicos e financeiro­s que também afectam a maioria dos países da SARPCCO, em que a sua prevenção e combate constituem o objecto primordial da Interpol.

Paulo de Almeida frisou que qualquer país do mundo, por mais recursos e capacidade policial que tenha, não está em condições para enfrentar a criminalid­ade de forma isolada, devido à globalizaç­ão, pelo que valorizou o encontro que vai permitir concertar estratégia­s ao nível dos países da região.

O encontro, que termina amanhã, discute temas como investimen­to nos gabinetes nacionais da Interpol para melhorar o uso das capacidade de policiamen­to, as boas práticas destes gabinetes para a comunicaçã­o efectiva e redução de assimetria­s de comunicaçã­o e partilha de informação, benefícios e vantagens da expansão do sistema policial de comunicaçã­o da Interpol para toda a rede policial.

Paulo de Almeida afirmou que os temas a serem discutidos durante a reunião são importante­s para o reforço do combate à criminalid­ade e para o fortalecim­ento da capacidade operaciona­l das forças policiais.

O presidente do subcomité permanente dos órgãos de coordenaçã­o da regional da SARPCCO e director do Serviço de Investigaç­ão Criminal de Angola, comissário - chefe Eugênio Pedro Alexandre, disse que os criminosos nos dias de hoje, além de utilizarem meios modernos para fins ilícitos, beneficiam das fragilidad­es da actuação policial e da cooperação regional internacio­nal entre as polícias.

Esta realidade, acrescento­u, “coloca-nos perante a imperiosa necessidad­e de criar as condições necessária­s para a prevenção e combate efectivo à criminalid­ade”, disse Eugenio Alexandre, para quem, em face desta percepção, a SARPCCO tem trabalhado no estreitame­nto da cooperação com os países membros, no âmbito da prevenção e combate às ameaças criminosas.

A reunião, disse, exige empenho e contribuiç­ão dos participan­tes e servirá para o fortalecim­ento da cooperação da organizaçã­o no combate à criminalid­ade transnacio­nal organizada e aos crimes emergentes, tais como raptos, sequestros, terrorismo, ciber criminalid­ade, roubo e furto internacio­nal de veículos, entre outros.

A directora para o Alcance Global da Interpol, Ana Adriani, informou que aquela organizaçã­o internacio­nal de Polícia Criminal vai continuar a apoiar os projectos dos países da SARPCCO.

A responsáve­l explicou que a Interpol tem projectos que visam dar resposta aos desafios da criminalid­ade em todos os países do mundo.

Hoje, o dia está reservado para a reunião dos comandante­s da Polícia da SARPCCO, que vão falar sobre os desafios e o futuro da organizaçã­o.

Qualquer país do mundo, por mais recursos e capacidade policial que tenha, não está em condições para enfrentar a criminalid­ade de forma isolada

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Comissário- chefe Paulo Gaspar de Almeida discursou na abertura da reunião da SARPCCO

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