Jornal de Angola

Palancas Negras derrotados na estreia frente aos Zebras

Selecção Nacional de futebol está obrigada a vencer amanhã a similar das Maurícias para manter a aposta no apuramento

- Honorato Silva

A Selecção Nacional de Honras de futebol, Palancas Negras, está obrigada a derrotar amanhã a similar das Maurícias, para manter vivo o objectivo de passar aos quartos-definal da 18ª edição da Taça Cosafa, depois da derrota de ontem, por 1-2, diante dos Zebras do Botswana, na abertura do Grupo D.

Com pouco tempo de preparação, quatro dias em Luanda, a equipa escolhida por Srdjan Vasiljevic precisou de 45 minutos para assentar o jogo, lacuna bem aproveitad­a pelo adversário, que chegou ao intervalo a vencer por 2-0.

Tudo saía mal aos Palancas Negras. Desligado da defesa, o meio campo revelou-se, no primeiro tempo, incapaz de fazer a ligação com o ataque, daí o baixo desempenho dos avançados Nelinho e Kaporal, presas fáceis para a cortina defensiva dos tswaneses.

Coordenado pelo experiente Gerson, à baliza, o quarteto formado por Mona, Lulas, Bonifácio e De Paizo, todos à procura de calo competitiv­o ao nível da Selecção Nacional, teve trabalho redobrado, porque a dupla Show e Chiló estava ausente das despesas do ataque e deficitári­a no apoio à defesa.

O golo madrugador do Botswana resultou de uma abordagem precipitad­a de Gerson, ao derrubar Kabelo Seakanyeng, que ganhou a bola desenquadr­ado com a baliza. Caso conseguiss­e rematar, teria a acção estorvada por Bonifácio ou Lulas, expeditos a compensar o guarda-redes.

Sem conseguir ligar o jogo, os pupilos de Vasiljevic sofreram, muito próximo do intervalo, o segundo golo, numa acção de contra-ataque típico das equipas que perfilham o futebol inglês, com bolas alçadas para as costas da defesa. Os Palancas Negras ficaram mal na fotografia, sobretudo pela falta de agilidade revelada na transição, depois de ter sido anulado o movimento ofensivo.

Mudança no banco

As entradas de Carlinhos e Chico Banza, em substituiç­ão de Chiló e Nelito, respectiva­mente, revolucion­ou o futebol da Selecção Nacional, que, num ápice, inclinou o campo para a baliza defendida por Mwampole Masule, até então pouco solicitado.

Seguro na condução da bola, o médio do Petro de Luanda fez luz no meio campo dos Palancas Negras. Deu liberdade a Show, que passou a jogar com vivacidade, quer no processo defensivo quer na preparação do ataque, num claro desassosse­go dos Zebras.

A presença de Chico Banza libertou Vá, que nos flancos ganhou espaço para solicitar a entrada de Karopal, finalizado­r assistido pelo extremo no lance do golo da equipa angolana. As atenções estão agora postas no jogo de amanhã, às 16h00, diante das Maurícias, no Estádio Seshego.

Apesar do enguiço na etapa inicial, as apostas de Vasiljevic deixaram bons indicadore­s para a perspectiv­a de futuro, já a pensar nos compromiss­os de Setembro, Outubro e Novembro, da corrida ao CAN do próximo ano, nos Camarões. O primeiro adversário será exactament­e o Botswana, no Estádio Nacional 11 de Novembro.

Apenas o vencedor do grupo tem acesso aos quartos-de-final, onde terá pela frente o Zimbabwe. Sextafeira, na última jornada, a equipa angolana vai defrontar o Malawi, que ontem à noite jogou com as Maurícias, na estreia.

Os Palancas Negras têm no palmarés três títulos da prova da Região Austral do continente.

A primeira conquista foi em 1999, sob a batuta do já falecido técnico brasileiro Djalma Alves Cavalcanti, secundado em 2001, por Mário Calado, e 2004, por Oliveira Gonçalves.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Srdjan Vasiljevic prepara as bases para o futuro competitiv­o da Selecção Nacional em África

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